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06/03/2014 | 05:22 | Polícia

PF apreende mais de R$ 20 milhões em cheques de advogado no RS

Procurado pela Interpol, Maurício Dal Agnol pode ter lesado 30 mil pessoas

Procurado pela Interpol, Maurício Dal Agnol pode ter lesado 30 mil pessoas
Foto: Divulgação Polícia Federal
A Polícia Federal apreendeu 1.101 cheques no escritório do advogado de Passo Fundo procurado pela Interpol por suspeita de ter prejudicado mais de 30 mil pessoas em um golpe milionário. Segundo os policiais, os cheques somam R$ 23 milhões e deveriam ser repassados aos clientes. Segundo as investigações, todos os cheques assinados por Maurício Dal Agnol tinham o nome dos supostos beneficiários. Entretanto, eles não foram repassados às vítimas.
“Causa surpresa o volume de cheques encontrado no escritório. Neles, o advogado colocava observações de que as vítimas estariam mortas”, diz o delegado Mário Vieira, da Polícia Federal. Alguns tinham ordem de cancelamento junto ao banco.
A Polícia Federal acredita que o número de vítimas deve aumentar. As investigações mostram também que existem mais intermediários no esquema. Advogados e contadores supostamente faziam parte da organização criminosa.
O valor dos cheques apreendidos deve ser utilizado para a indenização das vítimas. Dal Agnol segue foragido. A justiça deve pedir também a prisão preventiva da mulher do advogado. Apesar de ter pago fiança de R$ 724 mil, ela ainda não se apresentou à Justiça.
Operação Carmelina
Segundo a Polícia Federal, um grupo de advogados e contadores, comandados por Dal Agnol, procurava os clientes com a proposta de entrar com ações na Justiça contra empresas de telefonia fixa. Os clientes ganhavam a causa, mas os advogados repassavam a eles uma quantia muito menor da que havia sido estipulada na ação. O esquema fez o advogado enriquecer rapidamente.
Ao cumprir mandados de busca da Operação Carmelina na cidade do Norte do Rio Grande do Sul no dia 21 de fevereiro, a Polícia Federal encontrou um total de R$ 1,5 milhão em um dos endereços do homem. Além da quantia, animais selvagens empalhados e munição foram achados em um fundo falso de uma parede. A PF apreendeu também um avião avaliado em cerca de US$ 8,5 milhões e bloqueou dinheiro em contas bancárias e imóveis.
A Operação Carmelina foi desencadeada na manhã de sexta-feira em Passo Fundo, no Norte, e em Bento Gonçalves, na Serra. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência. A operação foi batizada de Carmelina porque este era o nome de uma mulher que teve cerca de R$ 100 mil desviados no golpe. Segundo a PF, ela morreu de câncer, e poderia ter custeado um tratamento se tivesse recebido o valor da maneira adequada.
Fonte: G1
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