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22/04/2014 | 15:17 | Polícia

Boatos atrapalham investigação sobre assassinato de Kimberly

Polícia considera caso complexo e reclama da perda de tempo correndo atrás de pistas falsas

Polícia considera caso complexo e reclama da perda de tempo correndo atrás de pistas falsas
Foto: Arquivo pessoal/Facebook
A investigação policial sobre o assassinato da universitária Kimberly Rückert, 22 anos, está sendo atrapalhada por uma onda de boatos a respeito da autoria do crime que se intensifica a cada dia entre moradores de Palmeira das Missões, cidade agrícola do noroeste do Estado. O corpo foi encontrado, no dia 12, dentro de um Ka incendiado na periferia do município.
Há uma farta quantidade de ingredientes que cercam a vítima e estimulam a imaginação popular: ela era jovem, bonita, independente e filha de uma escrivã de polícia envolvida na investigação que apura o assassinato do menino Bernardo Uglioni Boldrini, 11 anos, em Três Passos – um caso que ganhou repercussão nacional.  O corpo do menino foi descoberto no dia 14, dois dias depois da localização de Kimberly.
– Muito embora nunca tenhamos encontrado nada que ligue os casos,  eu conheço várias pessoas, algumas importantes na comunidade, que aceitam essa realidade e continuam alimentando a rede boatos  – afirma o delegado responsável pelo caso, Adriano de Jesus Linhares Rodrigues.
No  meio da semana passada, espalhou-se pela cidade um boato de que um jovem da cidade, conhecido por suas posses, seria o autor do crime e já teria sido preso. O delegado soube do rumor quando estava caminhando na rua, e um conhecido seu puxou assunto para saber mais sobre o autor do crime. Surpreso, o policial disse que a informação era falsa.
– Eles inventam personagem, o prendem, julgam e depois vêm perguntar para mim – descreve o delegado.
Muitos boatos são construídos nas redes sociais: alguém faz um comentário, outra pessoa acrescenta mais dados sem comprovação e o texto passa a circular como se fosse verdade. O delegado cita como exemplo a hipótese de que a vítima teria sido filmada pela câmera de segurança de um posto de combustível discutindo com um homem velho, cerca de 24 horas antes do homicídio. 
– Ouvimos falar do tal vídeo, mas ainda não o encontramos – afirma Rodrigues. 
Trabalho duro
O delegado diz que os boatos são tratados por muitas pessoas como verdade até que a polícia consiga desfazer as versões fantasiosas, muitas vezes, depois de  horas de trabalho investigativo. O tempo gasto para apurar os rumores acaba faltando para esclarecer as pistas consideradas consistentes. Até agora, lembra o policial, a investigação do caso tem se mostrado  muito complexa por envolver uma jovem com muitos amigos e relações sociais.  
– Se tivesse que definir agora qual é a nossa linha mais forte de investigação, eu não teria como fazer uma aposta por existir muitos fatores que ainda não foram esclarecidos – sustenta o delegado.
Mas o policial tem uma carta na manga. Sem entrar em detalhes, garante ter uma pista que, caso se confirme, até o fim de semana poderá levar a um suspeito.
Fonte: Zero Hora
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