Após reunião com os principais integrantes do primeiro escalão do governo, nesta
segunda-feira, o presidente Michel Temer anunciou que irá exonerar todos os ministros que possuem mandato de deputado federal. A medida será tomada próximo da
votação da reforma da Previdência pelo plenário da Câmara, que deve ocorrer no mês que vem. O objetivo só peemedebista é garantir mais
votos favoráveis ao texto. Depois, os ministros voltarão aos cargos.
No encontro, no Palácio do Planalto, Temer também determinou
que os ministros cancelem viagens, e reservem as agendas para atender deputados de seus partidos que ainda estejam indecisos sobre as mudanças no sistema previdenciário. Por
se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma precisa do aval de 3/5 dos parlamentares, ou seja, 308 votos.
Nesta
segunda, a base de Temer sofreu um revés. A executiva do PSB, partido que compõe a base, fechou posição contrária às reformas. Diante disso e de
outras manifestações contrárias em siglas que apoiam o governo, interlocutores de Temer admitem que, hoje, a aprovação da PEC da Previdência
está ameaçada. Já a reforma trabalhista, que precisa do apoio de maioria simples em plenário, deve passar com facilidade pelo crivo do legislativo nesta
semana.
Descontente com o empenho dos integrantes do primeiro escalão do governo em torno das reformas, Temer reuniu 16 ministros nesta segunda-feira. No
encontro, ocorrido a portas fechadas, o peemedebista pregou a necessidade de mobilização junto aos partidos da base.
- É um sinal de
determinação do presidente, que tomou as reformas como uma ação pessoal dele, afirmou, após a reunião, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio
Imbassahy.
Antes da reunião, Temer admitiu a jornalistas, no Itamaraty, que o objetivo da agenda com os ministros era justamente pedir que eles trabalhem em
busca da aprovação das medidas. “Vou pedir para eles fazerem o que deve ser feito para o Brasil, que é trabalhar pelas reformas”, afirmou. Nos bastidores, o
entendimento do Planalto é de que alguns ministros estão “desleixados” no exercício de pressão junto aos parlamentares de seus respectivos
partidos.