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04/10/2017 | 05:57 | Educação

Governo do RS estuda substituições de professores em greve com contratos emergenciais

Sindicato diz que medida significaria 'o fim do ano letivo'. Greve vai completar um mês na próxima quinta-feira (5), ainda sem solução

Sindicato diz que medida significaria 'o fim do ano letivo'. Greve vai completar um mês na próxima quinta-feira (5), ainda sem solução
Professores em greve fazem protesto em frente ao Palácio Piratini em Porto Alegre (Reprodução/RBS TV)
greve dos professores estaduais do Rio Grande do Sul completa um mês na próxima quinta-feira (5), e o impasse com o governo continua. Até o fim dessa semana, a Secretaria Estadual da Educação estuda a possibilidade de substituir os servidores com contratos emergenciais para conseguir cumprir o ano letivo. A categoria pede o pagamento integral dos salários, que vem sendo parcelado desde fevereiro de 2016.
O Piratini deve ter até a próxima quarta-feira (4) um levantamento de quantos professores com contratos temporários estão em greve. Além disso, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pediu que a Justiça reconsidere a liminar que impede o corte do ponto dos grevistas.
O secretário da Educação, Ronald Krummenauer, diz que não trabalha com a possibilidade de perder o ano letivo. "Já temos um calendário que naturalmente sofre dificuldades. Nesse momento, acreditamos que em alguns sábados será necessário ter aulas. Talvez também na semana entre o Natal e o Ano Novo, e em alguns dias de 2018", afirma. "Se pode recuperar, ainda trabalhamos com a perspectiva de poder ter um ano letivo diferente, mas ainda atendendo a necessidade de 200 dias de aula".
O Cpers, sindicato que representa a categoria, reagiu. "Se o governo fizer isso, e a comunidade tem que saber, se ele chegar a fazer isso já está decretando o fim do ano letivo. Não tem professores para dar aula", afirmou a presidente do Cpers, Helenir Schürer, em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (2).
No começo da tarde, uma comitiva do Cpers pediu para ser recebida pelo governo. Mais de meia hora depois, sem uma resposta, os professores fecharam a Rua Duque de Caxias.
Eles deram prazo até o dia 10 para que o governo apresente uma nova proposta à categoria. O pagamento da próxima faixa salarial dos servidores é previsto para a mesma data. Em outubro, o governo está pagando primeiro os servidores que ganham menos.
O sindicato diz que 75% dos professores aderiram à greve. A Secretaria de Educação diz que são 33%.
Cerca de 1,7 mil sem aula em Santa Maria
A reportagem da RBS TV visitou a escola Olavo Bilac, em Santa Maria, na Região Central do Estado. Lá, cerca de 1,7 mil estudantes estão sem aulas. Segundo os professores e funcionários, as atividades só voltam ao normal com o fim do atraso nos salários.
"O que nós vamos passar para os nossos alunos, pedagogicamente falando, uma vez que nós investimos na educação e parece que a educação não é responsabilidade de ninguém", diz a diretora Meri Musa Nogueira.
Preocupação com o vestibular na Serra
Em Caxias do Sul, na Serra gaúcha, os jovens estão preocupados com o vestibular. "Com a greve, a gente acaba tendo menos preparação, e a gente acaba não tendo os conteúdos que precisava", diz Letícia Machado. Segundo ela, o jeito é se adaptar e procurar um cursinho. Mas nem todos podem pagar um cursinho, como observa ela.
"História e geografia é uma coisa que a gente tá bem fraco, porque a gente ficou sem professor. E são matérias super importantes. Se não formos estudar por conta, vamos ser bem prejudicados", lamenta Talia Gimenez.
Fonte: G1
Sindicato diz que medida significaria 'o fim do ano letivo'. Greve vai completar um mês na próxima quinta-feira (5), ainda sem solução
Reprodução/RBS TV
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