A segunda denúncia contra o presidente Michel
Temer foi barrada matematicamente, às 20h34min desta quarta-feira (25), na Câmara dos Deputados. O somatório dos votos favoráveis ao parecer do relator
Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) — que recomendou a rejeição do processo contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral)
— dos ausentes e das abstenções chegou a 172. Com esse placar, a oposição não consegue mais o número mínimo de votos para garantir o
prosseguimento da peça acusatória: 342. No momento, os parlamentares seguem participando da votação nominal da Casa.
Quando o arquivamento
da denúncia foi confirmado na Câmara, caberá ao presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), notificar o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Edson Fachin, que determina a suspensão da denúncia por obstrução da Justiça e organização criminosa até o fim do mandato de Temer
— 31 de dezembro de 2018.
A sessão desta quarta-feira na Câmara, que começou pouco depois das 9h, teve um início agitado em
razão da manobra da oposição, com o apoio inesperado de alguns parlamentares da base aliada do governo Temer. Deputados que queriam atrasar a votação
não registraram presença no Plenário, inviabilizando o começo da votação em razão da falta de quórum — a previsão
já era de nova vitória do Planalto, mais magra em comparação à votação da primeira denúncia. A sessão foi mais esvaziada com a
notícia de que Temer foi levado para o Hospital do Exército, em Brasília. O presidente foi internado com desconforto urológico, mas passa bem e deve receber alta
ainda nesta quarta-feira.