A programação do 7º Mês da
Mulher em Três de Maio iniciou no dia primeiro de março e se estende até o próximo dia 24. Nesta quinta-feira, 8 de março, a 21ª edição
do Encontro de Mulheres, uma exposição e o lançamento de um livro marcaram o Dia Internacional da Mulher no município.
Cerca de
quinhentas mulheres urbanas e rurais participaram do encontro no Salão de Eventos da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Na parte da
manhã, a juíza de direito Eliane Aparecida Resende apresentou o projeto “Harmonia em Casa”, desenvolvido pelo Judiciário e pelo curso de Psicologia da
Setrem. Já a diretora-geral do Hospital Vida & Saúde de Santa Rosa, Vanderli de Barros, abordou o tema “Cuidar das Mulheres é Cuidar da Família”.
À tarde, as participantes receberam orientações de saúde.
A exposição itinerante e interativa “Nem Tão Doce
Lar”, da Fundação Luterana de Diaconia, chamou a atenção dos visitantes para a violência doméstica, um tema ainda pouco discutido em nossa
sociedade. A exposição consiste da montagem da réplica de uma casa, com móveis, utensílios domésticos e objetos que remetem a violência
familiar. Dentro da casa foram distribuídos cartazes com imagens e dados sobre a violência. O objetivo da iniciativa foi denunciar a violência sofrida por mulheres,
crianças e idosos dentro do próprio lar.
O livro “Tráfico de Mulheres – A Exploração Sexual no Brasil e a
Violação aos Direitos Humanos”, de Ariane Leitão, também foi lançado nesta quinta-feira, durante o Encontro de Mulheres. Publicado pela editora
Alcance, a obra demonstra como o Brasil tem buscado responder a esse quadro, haja vista que o país tem em sua história as marcas do tráfico internacional de mulheres
para fins sexuais.
Composto por uma análise que percorre a origem histórica e as razões socioeconômicas do tráfico internacional de
seres humanos, especialmente mulheres para exploração sexual, a obra surge a partir do trabalho de conclusão apresentado pela autora ao final do curso de Direito na
Unisinos, combinado com informações oriundas da experiência como gestora de políticas para as mulheres no Estado do Rio Grande do Sul.
Para
a autora, é o interesse em romper com a lógica que escraviza mulheres em todos os cantos do mundo e que às impõe um papel de submissão, violência e
preconceito, que impulsiona sua obra, legitimando a busca incessante por uma sociedade onde as pessoas sejam realmente livres das amarras da desigualdade, com base na
valorização da vida e dos direitos humanos.