A torcida do Grêmio reencontrou-se neste sábado com um
time que, nas últimas partidas, havia sumido. Intenso na marcação, ajustado no plano tático e, desta vez, com eficiência ofensiva, a equipe de Renato fez 1
a 0 no Corinthians, no Itaquerão, e retomou a terceira colocação do Brasileirão. O gol foi de Everton, seu 13º no ano e o primeiro depois de ser convocado
por Tite.
A eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil, no meio da semana, exigia uma resposta imediata e o Grêmio concentrou-se com afinco
nessa tarefa. A difícil defesa feita por Bruno Grassi, com menos de um minuto de jogo, em cabeceio de Danilo Avelar, foi uma exceção em um panorama de absoluto controle
do time de Renato. Grassi, que, a rigor, soube que iria atuar poucos minutos antes do início da partida, em função do desconforto muscular sentido por Marcelo Grohe
durante o aquecimento.
O predomínio se justificou por bons destaques individuais. Escalado no lugar de Léo Moura, preservado por desgaste, Leonardo
confirmou seu crescimento com muita firmeza na marcação e desenvoltura na chegada à frente. Geromel e Kannemann, sempre bem colocados, não ofereceram
espaço a Romero. Jailson, ainda que envolvido com dribles de Jadson e Romero nos primeiros minutos, também esteve firme e teve personalidade para chutar. Em um desses lances,
a 24 minutos, fez gol, em arremate da entrada da área, mas o impedimento de Kannemann, na origem do lance, provocou a anulação. Cícero também teve boa
colocação e buscou os passes longos.
A melhor notícia, contudo, esteve na frente. Criticado por sua apatia contra o Flamengo, Luan foi
participativo e deu velocidade à criação. Assim como Ramiro, intenso como não ocorria há algumas partidas. Por todos esses fatores, foi o Grêmio
quem criou mais. A seis minutos, depois de erro defensivo, Ramiro, na frente de Wálter, cabeceou nas mãos do goleiro. Aos nove, foi a vez de Everton exigir defesa de
Wálter.
Aos 17, o goleiro do Corinthians segurou no canto chute de Cícero. E foi decisivo para evitar o gol de Ramiro, aos 18 minutos, em forte
arremate cruzado. Grassi, enquanto isso, só voltaria a ser exigido de novo aos 30 minutos, em chute de longa distância de Gabriel. Pouco antes do encerramento da primeira
etapa, o Grêmio voltaria a assustar. Ramiro fez passe por cima da defesa e Everton, que entrava correndo, quase fez de cabeça.
Sem alteração
do quadro no segundo tempo, Cícero quase marcou aos seis do segundo tempo, em outra boa defesa de Wálter. Tanto volume ofensivo e acerto de passes de parte do Grêmio
teve o gol como prêmio. E em jogada de alto nível. A nove minutos, descoberto sem marcação por Jael, Luan conduziu a bola com liberdade e fez assistência
perfeita na medida exata para Everton. Na frente de Wálter, o agora atacante da Seleção Brasileira teve frieza e técnica para encobrir o goleiro e fazer 1 a
0.
Surgiu, então, outra virtude do Grêmio. Colocado em seu campo pelo Corinthians, que passou a contar com o centroavante Jonathas no lugar
de Jadson, o time de Renato anulou espaços. Sofria algum risco nos cruzamentos, mas a defesa sempre se sobressaía. Se passou a ter menor posse de bola, o Grêmio seguiu
levando perigo nas arrancadas de Everton. Em um desses lances, a 28 minutos, ele percorreu cerca de 70 metros e só parou na dividida com o goleiro. Aos 39, só não fez o
segundo pela defesa oportuna de Wálter. Que voltaria a salvar um minuto depois, desta vez em conclusão de Thaciano.
A recuperação veio na
hora certa. E é esta disposição de um time que segue vivo na disputa pelo Brasileirão que a torcida espera ver também na Libertadores.