A teoria indicava um salto do Grêmio na tabela. O time vinha de consistente vitória fora de casa contra o Corinthians e tinha pela frente, na
Arena, um Cruzeiro que preservava forças para a Libertadores. O roteiro, porém, não foi cumprido à risca. Irregular na maior parte do tempo, o time de
Renato chegou a acelerar o ritmo na segunda etapa, mas, no máximo, conseguiu alcançar o empate em 1 a 1. Com isso, segue na quarta posição do
Brasileirão.
O Cruzeiro teve vantagem tática no primeiro tempo. Tudo por força da qualidade de seus três volantes, todos muito ativos na
marcação e com rapidez e qualidade na transição. Lucas Romero, Ariel Cabral e Bruno Silva ergueram uma linha compacta na frente da área e anularam a
movimentação de Luan. Com isso, houve o isolamento de André, que, aflito, corria de um lado a outro sem encontrar a bola. Para agravar, Arrascaeta e Rafinha, com
agilidade, conseguiam se desvencilhar de Jailson e Maicon, expondo Gromel e Kannemann ao combate direto com Barcos. O time de Mano Menezes, assim, passou a criar chances. Aos 23, Arrascaeta
ajeitou de cabeça para Barcos, que arrematou para defesa de Paulo Victor. Aos 33, o goleiro do Grêmio salvou com os pés, em nova conclusão perigosa de Barcos. Aos
43, foi a vez de Arrascaeta leva perigo em cobrança de falta, de novo defendida por Paulo Victor.
O Grêmio, que exasperava sua torcida com passes
laterais e muitas vezes jogando em recuo, uma rotina da qual apenas Everton buscava escapar, só conseguiu algo positivo aos 23 minutos. Luan livrou-se de Ariel Cabral na frente da
área e forçou Fábio a sua única defesa em todo o primeiro tempo. Um enredo ruim ficou ainda pior aos 44 minutos. Egídio bateu falta curta da esquerda,
Barcos atraiu a defesa e desviou de cabeça para o centro da área, onde Bruno Silva chegou antes de Cortez e desferiu um chute alto, de pé esquerdo, que Paulo Victor,
desta vez, não conseguiu defender. A superioridade técnica do Cruzeiro justificava a vantagem. Ainda assim, haveria a chance do empate um minuto depois. Desta vez, na falta a
favor do Grêmio, Luan endereçou a bola a André, mas o cabeceio saiu errado.
Para o segundo tempo, Renato providenciou a alteração
habitual. Para tornar seu time mais agressivo, trocou Léo Moura por Alisson e fez de Ramiro lateral-direito. Outra mudança feita pelo técnico, a saída de
André e a entrada de Jael, atendeu a uma exigência da torcida. Além de mais agressivo, o time tornou-se mais veloz nos movimentos. Às vezes, simplificou com
cruzamentos altos para a área, na direção de Jael. Bruno Cortez, muito acionado, tinha as dificuldades de complemento que lhe são corriqueiras. Das cadeiras, a
torcida, desta vez em número pequeno, percebia que faltava ao time maior criatividade na preparação das jogadas.
A solução, como
sempre, veio com Everton. Aos 14 minutos, ele investiu pela esquerda, driblou a Léo com o corpo e venceu Fábio com um chute potente, no ângulo esquerdo.
A movimentação aumentou. Ao Grêmio, que acelerava, contrapunha-se um Cruzeiro não menos perigoso nos contra-ataques. O problema do time de Renato era
romper o paredão de volantes postados na frente da área. Com isso, as chances de arremate praticamente tornavam-se nulas, reeditando uma dificuldade de outras partidas na
Arena. E o jogo, aos poucos, retomou a cara do primeiro tempo, impacientando a torcida. A exceção veio na investida de Alisson, que sofreu pênalti de Luan. Na
cobrança, feita por Luan, Fábio salvou o Cruzeiro ao defender no canto esquerdo. A noite, definitivamente, não teve final feliz.