A delegada Mariana Vieira descartou nesta terça-feira (6) as hipóteses de crime sexual e de latrocínio no caso da morte do estudante Gabriel Batista de Souza, de 21
anos.
O jovem foi encontrado esfaqueado no bairro Periolo, em Cascavel, no oeste do Paraná, na madrugada de quinta-feira (1º), quando visitava a
avó. Ele chegou a ser socorrido pelo Samu, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
“Não foi
possível reunir qualquer indicativo de modo a confirmar, sem sombra de dúvidas, tratar-se de um crime de ódio, seja por questões de opção sexual ou
por questões de raça. Qualquer conclusão neste momento é por demais temerária”, apontou a delegada de homicídios.
Para a mãe do estudante, que não quis ter a identidade revelada, o crime pode ter sido motivado por homofobia.
“Acredito que possa [o crime ser
motivado por homofobia], tem muita gente má no mundo. Ele ficava no quarto, ficava aborrecido, dizia que tinha que ir embora dessa cidade. Meu filho era gay assumido e ele notava
olhares”, declarou a mãe em entrevista na sexta-feira (2), em Criciúma, onde o jovem morava e fazia faculdade de teatro.
Na quinta-feira, a
polícia já havia informado por meio de nota que seria prematuro associar o assassinato a crime de ódio, e pediu por denúncias que possam levar ao
agressor.
A delegada Mariana descartou ainda a hipótese de latrocínio, uma das possibilidades investigadas até sábado (3). “A
princípio, tem-se como um homicídio”, comentou.
Investigação em sigilo
A responsável
pelo caso adiantou também que a polícia está seguindo uma linha de investigação, porém disse que o já apurado será mantido em sigilo
até que o crime seja solucionado e o autor identificado.
“Estamos percorrendo esta linha e faremos isto até o final, com esta e com demais linhas
de investigação que eventualmente surjam. O objetivo da Polícia Civil e da Delegacia de Homicídios é esclarecer a autoria do crime e
motivação”, completou.
Segundo a polícia, o casal que encontrou o jovem ainda ferido na calçada logo após o ataque contou que
Gabriel falou que havia sido vítima de um assalto. “Fui assaltado e esfaqueado”, disse Gabriel às testemunhas antes da chegada do socorro.
Foram
encontradas próximas ao local do crime manchas de sangue, uma bolsa que seria da vítima e uma faca, que pode ser a arma usada no crime. Os objetos foram encaminhados para a
perícia.