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12/12/2018 | 11:54 | Polícia

Feminicídio em São Nicolau: ''Não há motivos pra comemorar a prisão '', diz capitão do 14° BPM

José Valnês Silva Siqueira foi preso pelo efetivo da Brigada Militar de São Nicolau logo após o crime

José Valnês Silva Siqueira foi preso pelo efetivo da Brigada 

Militar de São Nicolau logo após o crime
Divulgação/14° BPM
Poucos minutos após matar com mais de 10 facadas a ex-mulher, José Valnês Silva Siqueira foi preso pelo efetivo da Brigada Militar de São Nicolau. Ele é acusado de assassinar Nathiele de Ávila Siqueira, de 28 anos. O crime aconteceu no meio da rua. Conforme o boletim de ocorrência, a vítima foi socorrida por pessoas que passavam no local, que e levaram para atendimento médico, mas morreu em virtude das inúmeras facadas que levou do agressor.
Segundo o capitão Eduardo Brum, a prisão de José Valnês não é motivo de comemoração. “Foi a perda da vida de uma mãe, o que não é motivo de comemoração alguma”, disse em entrevista ao programa Jornal da Manhã. “Podemos chamar de assassino sanguinário pela crueldade do crime”, destacou o oficial.
O acusado foi preso em flagrante e levado ao presídio. A reportagem da Missioneira ainda não conseguiu confirmar se haverá pedido de prisão preventiva do assassino. Foi o segundo feminicídio deste ano em São Nicolau. No primeiro caso, que aconteceu em abril, o acusado está foragido.
Brum afirmou que os dados preocupam. “São números que nos preocupam e que a comunidade de São Nicolau deve se preocupar também”, argumentou. “As mulheres não podem morrer por não querer manter suas relações”, explicou.
O velório de Natiele ocorre na capela São Roque. O sepultamento será à tarde, com cortejo fúnebre e manifestação organizada por mulheres. Vestidas de preto, elas irão acompanhar a pé para chamar a atenção da comunidade sobre as violências sofridas pelas mulheres.
“Não precisava ter feito essa covardia com a minha mãe”, diz filha de mulher assassinada pelo ex-marido
A filha mais velha da vítima, Josiele Siqueira, postou depoimento no Facebook que confirma a hipótese de feminicídio por não aceitar que a relação havia acabado. “Porque ele não aceitou a separação, não precisaria ele ter feito essa covardia minha mãe, tudo acabou. Sei que estará cuidando de mim e do Pyettro de onde estiver”, escreveu. O pequeno Pyettro tem dois anos.
A jovem, que é estudante, lamentou que a vida da mãe tenha acabado dessa maneira. “Aquela mulher guerreira! Mas seu destino acabado covardemente”, relatou. Ela escreveu que sentirá saudades e que não sente muita coragem no momento, mas sabe que precisa ser forte para cuidar do irmão pequeno que ficou órfão. “A saudade vai bater, a coragem tá pouca, mas sei que deverei ser forte para cuidar do nosso gordinho, porque tão nova seu futuro foi interrompido”, descreveu.
Segundo a filha, a mãe tinha planos profissionais, pois tinha acabado de voltar à escola após a separação e pretendia fazer faculdade.  “Porque isso foi acabar assim. Tantos sonhos acabado por um covarde, sonho de estudar e ser alguém, ontem mesmo falando em fazer algo pela frente talvez ser psicóloga”, contou.
No perfil da vítima, atualizações recentes mostravam que ela estava feliz. Em novembro, postou uma foto a legenda “Novos horizontes para o futuro. Viver uma nova vida”. O velório de Nathiele será nesta madrugada na capela São Roque.

 

Fonte: Rádio Missioneira
José Valnês Silva Siqueira foi preso pelo efetivo da Brigada 

Militar de São Nicolau logo após o crime
Arquivo pessoal
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