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02/02/2019 | 07:45 | Política

Governo de Bolsonaro tem 25 gaúchos no primeiro e no segundo escalões

Maior parcela do grupo contempla nomes de perfil técnico

Maior parcela do grupo contempla nomes de perfil técnico
Onyx Lorenzoni (E) e Hamilton Mourão (D), nativos do Rio Grande do Sul, estão entre os cargos mais importantes do governo - Lula Marques / Fotos Públi
O Rio Grande do Sul tem pelo menos 25 representantes em cargos com poder de decisão no primeiro e no segundo escalões do governo Jair Bolsonaro. A maior parcela do grupo contempla nomes de perfil técnico. São 17 indicados (68% do total) com essa característica para funções como as de secretário e presidente de órgãos que estão sob guarda-chuva ministerial. Cinco militares (20%) e três indicações políticas (12%) completam a lista dos escolhidos com raízes gaúchas.
Além do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, nasceram no Estado quatro ministros do governo federal. Onyx Lorenzoni, que chefia a Casa Civil, e Osmar Terra, no comando da pasta da Cidadania, refletem indicações políticas — ambos foram reeleitos deputados federais em 2018. Além deles, a Esplanada abriga Ernesto Araújo (Relações Exteriores), diplomata de carreira, e o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).
Na avaliação de Terra, a presença dos representantes no Planalto é "positiva" para o Estado e pode beneficiá-lo em tratativas relacionadas a pautas como a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal.
— O cargo de ministro permite relacionamento especial com o presidente e outros ministros. Além de obras importantes, o Rio Grande do Sul tem o caso da renegociação da dívida com a União. O Estado não pode ficar nesta situação (sem ajustar as contas). Temos de ajudar — diz Terra.
À frente da pasta da Cidadania, ele menciona que seu "principal desafio" será unir "áreas diferentes, mas com confluências", referindo-se às atribuições absorvidas dos ministérios do Desenvolvimento Social, do Esporte e da Cultura, extintos por Bolsonaro.
— Nossa ideia é formar cidadãos plenos. Ou seja, ter jovens no esporte, famílias humildes com mais acesso à arte. Hoje, incentivos na área cultural estão muito concentrados no eixo Rio de Janeiro-São Paulo. O Rio Grande do Sul vai ter atenção especial — projeta.
Ao assumir a Presidência, Bolsonaro reduziu de 29 para 22 o número de ministérios. Durante a campanha eleitoral, o então candidato prometeu manter, "no máximo", 15 pastas. A diferença no desenho da Esplanada inviabiliza a comparação com governos anteriores para avaliar se o Rio Grande do Sul estava mais ou menos representado no primeiro e no segundo escalões.
Cientista político, Fábio Hoffmann aponta que o poder de decisão de gaúchos em Brasília pode beneficiar o Estado, mas pondera que a situação por si só não garante o avanço de projetos como a renegociação da dívida com a União.
— Historicamente, o Rio Grande do Sul sempre manteve seu peso político no governo federal. Embora isso não seja uma garantia, é importante no sentido de reforçar o papel de nomes do Estado. Mas a atuação das lideranças em Brasília dependerá, em parte, da pressão que o Poder Legislativo estadual e o governo gaúcho farão sobre elas — observa Hoffmann.
Entre os 25 gaúchos no primeiro e no segundo escalões de Bolsonaro, há ampla maioria masculina. São 23 homens e duas mulheres — Maria Hilda Marsiaj Pinto, secretária nacional de Justiça, e Ana Pellini, secretária-executiva do Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: Gaúcha ZH
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