Bastava um empate para que o Grêmio garantisse matematicamente sua classificação à próxima fase do Gauchão. Mas, para os jogadores tricolores, a partida desta segunda-feira (25) valia mais. No último jogo antes da estreia na Libertadores, era hora de mostrar serviço ao técnico Renato Portaluppi, que retornou a Porto Alegre depois de passar a última semana no curso da CBF, no Rio de Janeiro. Quem aproveitou foi Marinho, autor dos gols da vitória por 2 a 0 sobre o Veranópolis, em ritmo de treino, pela oitava rodada do Estadual. O resultado aumenta o drama do clube da Serra, que ocupa a lanterna da competição, e isola ainda mais o Tricolor na liderança, com 20 pontos.
Com a força máxima escalada, a superioridade gremista saltava aos olhos. Tanto que o VEC levou três minutos para tocar na bola pela primeira vez. E este foi exatamente o cenário dos 90 minutos: enquanto o anfitrião trocava passes pacientemente, os visitantes corriam desesperados para fechar espaços. De certa forma, o Veranópolis foi bem sucedido na missão imposta pelo técnico estreante Hélio Vieira em um determinado momento. Por um bom tempo, a única finalização foi um chute fraco de Everton, aos 2 minutos, da entrada da área, nas mãos do goleiro Reynaldo.
O lance que destoou foi uma chegada mais forte de Maicon no volante Darlan, passível até mesmo de cartão amarelo, mas que se resumiu a um puxão de orelhas do árbitro Jean Pierre Lima. Aos 21, Marinho tentou furar o bloqueio adversário aproveitando cobrança de falta. Mesmo de muito longe, o atacante bateu forte e obrigou o goleiro a se esticar todo para agarrar a bola. Mas era preciso justificar a escolha do treinador, que o colocou em campo para deixar o argentino Montoya no banco.
Por isso, aos 27, Marinho mergulhou para, de cabeça, empurrar cruzamento milimétrico de Maicon para o fundo das redes: 1 a 0. Sem mais sentido em apenas se defender, o VEC tentou subir ao ataque, mas o mais perigoso que conseguiu foi um chute torto, para fora, de Juba. A facilidade era tanta que, antes do intervalo, Geromel se arriscou ao ataque e partiu em disparada, sendo derrubado por um carrinho do zagueiro Negretti, que recebeu cartão amarelo.
Quem esperava ver um Grêmio mais motivado na volta do intervalo teve de esperar sentado, embaixo de uma chuva fina que molhava as cadeiras da Arena. A partida bem que poderia estar sendo disputada no CT Luiz Carvalho. Ninguém mandou o Veranópolis cutucar a onça aos quatro, com contra-ataque puxado por Tulio Renan. Não importa que o chute tenha saído fraco, tranquilo para Paulo Victor, o Grêmio decidiu encerrar qualquer chance de reação.
Primeiro, com Michel, arriscando de muito longe e quase acertando o ângulo. Depois, com Marinho, aos nove minutos, ainda que sem querer. O atacante cruzou da direita e, mesmo que nenhum pé tricolor desviasse a bola, o goleiro Reynaldo foi vencido: 2 a 0.
Precisando pontuar, o time serrano tentou descontar. Contudo, Talles Cunha e Juba tiveram seus arremates defendidos pelo goleiro gremista. A partir daí, se o freio de mão estava puxado, o Grêmio praticamente estacionou seu carro.
O único perigo do jogo era perder algum titular por lesão. Por isso, Renato começou a mexer no time. De uma só vez, sacou Luan e Marinho para as entradas de Jean Pyerre e Montoya. Por fim, colocou Matheus Henrique no lugar de Maicon — o jovem ainda perdeu um gol de dentro da área. Assim, o time controlou a bola até o apito final.
