Um projeto pioneiro
no Rio Grande do Sul propõe a ressocialização de presos através do reaproveitamento de materiais, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS
TV. Em Santo Ângelo, na Região das Missões, os detentos do instituto penal trabalham em uma fábrica que produz sabão e, agora, o local deve distribuir o
produto para todas as casas prisionais do estado.
A ideia surgiu de uma necessidade dos presos por material de higiene e limpeza. A partir daí, eles
começaram a fabricar de forma artesanal. Mas, no início deste ano, o projeto virou realidade e a fábrica foi construída ao lado do Presídio Regional de
Santo Ângelo. Estudantes do curso de administração de uma instituição de ensino da cidade fizeram o plano de negócio, criaram a logomarca para a
embalagem do sabão e estão divulgando a iniciativa na comunidade.
“É imprescindível para a manutenção,
sobrevivência do projeto, que a comunidade local colabore, trazendo, doando, o óleo de cozinha”, falou o coordenador do curso de administração Renato
Przyczynski.
Os detentos fazem todo o processo de fabricação: preparam a massa e embalam as barras, que são enviadas para 10 penitenciárias da
região onde estão 2 mil apenados. São produzidas cerca de 3,5 mil barras de sabão na fábrica. A ideia, no entanto, é aumentar a
produção e chegar a 30 mil barras por mês, o que vai possibilitar a distribuição para presídios de todo o estado.
“A
gente tem condições de fabricar, a gente só depende que a comunidade continue recolhendo e doando esse óleo usado. Os outros insumos é fácil de a
gente comprar. Hoje o estado está pagando em torno de R$ 1,10 a barra de sabão, e nós estamos reduzindo pra perto de R$ 0,40”, disse o delegado Nelson
Werlang.
Em troca, os apenados têm a remoção da pena. A cada três dias trabalhados, um dia é reduzido. Assim que a
documentação dos presidiários estiver regularizada, eles irão receber R$ 543 por mês, pagos pela Susepe.
“O mais relevante desse
projeto, que tenho que destacar, é a ressocialização, que é a missão da Susepe. Porque muitos dizem 'eles não fazem nada'. Hoje a gente
está mostrando que a gente pode fazer muito”, explicou a gestora do projeto Débora Pedroso.