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09/01/2014 | 20:57 | Polícia | Política

Secretário de Obras Públicas do RS será mantido no cargo, diz Piratini

Operação da Polícia Civil prendeu quatro servidores da pasta nesta quinta

Operação da Polícia Civil prendeu quatro 

servidores da pasta nesta quinta
Secretário Carlos Pestana concedeu entrevista no Palácio Piratini nesta quinta- feira (9) (Foto: Alina Souza/Palácio Piratini)
Após a operação da Polícia Civil que prendeu oito pessoas nesta quinta-feira (9) por irregularidades em obras públicas, o secretário da Casa Civil, Carlos Pestana, concedeu entrevista coletiva no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Pestana afirmou que as investigações tiveram início a partir de uma solicitação do governo do Rio Grande do Sul, que recebeu as denúncias sobre o esquema ainda em 2012, e garantiu que o secretário de Obras Públicas, Luiz Carlos Busato (PTB), será mantido no cargo.
"Não temos motivo para fazer a troca do secretário. Os delegados que comandaram a operação foram claros ao serem questionados se teria alguém de foro privilegiado envolvido e disseram que nada envolvia o secretário. O secretário Busato será mantido. A ideia é que a secretaria de Obras continue com o PTB”, disse.
Pestana afirmou que os quatro servidores envolvidos são funcionários de carreira do estado e informou que todos foram afastados dos cargos. O secretário minimizou o fato de alguns serem filiados ao PTB, partido que comanda a Pasta.
“Dos servidores presos até agora a informação que tenho é de que são servidores de carreira, talvez alguns tenham filiação partidária. Mas não podemos confundir as pessoas envolvidas com partidos. Não é fogo amigo. Temos de desvincular essa questão dos partidos com os envolvidos” argumentou.
 
Pestana disse ainda que poderão ocorrer mais ações como esta em breve. Segundo ele, o governo possui outras denúncias relacionadas a corrupção em setores públicos e pretende aperfeiçoar o combate ao crime. “Esta é uma ação que tem origem no governo. São denúncias que chegaram a nós e que foram encaminhamas a Polícia Civil. Isso faz parte de uma prática do governo, de combater a corrupção nas entranhas do estado”, afirmou.
Entenda
A Operação Kilowatt apontou irregularidades em pelo menos seis obras públicas do estado. A operação foi desencadeada em cidades gaúchas e também em São Paulo. No total, o valor das as obras investigadas pela Polícia Civil chega a R$ 12 milhões. Os presos são investigados por crimes de corrupção ativa, passiva, peculato, formação de quadrilha, falsidade ideológica, fraude à licitação e superfaturamento de valores. Uma outra pessoa também foi presa por posse ilegal de arma durante a operação.
Um dos casos envolve o telhado da Escola Estadual Professor Oscar Pereira, em Porto Alegre, onde a reforma foi paga sem ter sido realizada. A polícia utilizou um helicóptero para comprovar que somente as beiradas foram trocadas. As telhas velhas foram deixadas no telhado.
O delegado Joerberth Nunes, que coordenou a operação, explicou como funcionava o esquema. "Tem uma obra aparentemente concluída, o fiscal vai até a obra e atesta algo que, na verdade, não existe, e o estado vai pagar esse valor. Temos elementos que comprovam que houve pagamento de propina. Agora quando, como, onde, só vamos saber ao final do inquérito", disse. "Não é a secretaria, são alguns servidores que não podem macular a imagem do órgão", acrescentou.
Foram cumpridos 41 mandados de prisões e busca e apreensão em órgãos públicos, empresas e residências em Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Nova Petrópolis, Ivoti e Canela, além de São Paulo. Todos os presos atuam na Região do Vale do Sinos e faziam o serviço de fiscalização em obras contratadas pelo governo do estado.
As investigações duraram cerca de um ano.  Cerca de 150 policiais civis participam da operação. O nome Operação Kilowatt foi dado porque a investigação iniciou depois de uma suspeita de superfaturamento em uma obra de rede elétrica.
Fonte: G1
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