Representantes da Unesul devem ser chamados para depor já, na próxima semana, sobre o acidente com um coletivo da empresa, que deixou seis mortos e dezenas de feridos na ERS-
030, em Glorinha, nesta terça-feira. Segundo o delegado responsável pelo caso, Sandro Spier, as equipes que irão fazer o recolhimento do ônibus, ainda usado pela
perícia, serão interrogadas. Até o momento, três testemunhas prestaram depoimento e garantiram que o condutor do veículo estava em alta velocidade.
— Teve um passageiro que disse que não conseguia dormir, pois o motorista estava correndo muito e deitando nas curvas. Outro ainda relatou que pediu para a
cobradora para que ele andasse mais devagar — destaca.
O motorista, Jéferson Padilha da Silva, de 38 anos, foi ouvido ainda na terça-feira e informou
que não abusava da velocidade e que ouviu um barulho na área da suspensão do veículo antes do tombamento. Segundo o delegado, depois da chegada dos laudos da
perícia, ele será chamado novamente para contrapor a primeira versão apresentada à polícia. Outras testemunhas ainda prestam depoimento nesta
quinta.
O delegado destaca que vai solicitar à Justiça a prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito por mais 30
dias. Segundo ele, os laudos de necropsia, do tacógrafo e local do crime, devem levar mais de um mês para serem entregues. Além disso, é preciso aguardar pela
liberação dos feridos que seguem internados, para que possam ser ouvidos.
Uma avaliação inicial da perícia descartou problema
mecânico no ônibus. Dados preliminares do tacógrafo também apontam que o ônibus estava trafegando a mais de 100km/h no trecho onde a velocidade máxima
é de 60km/h. Jéferson deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar.