A crueldade e a frieza de Bruno Ouriques Furtado, 18 anos, suspeito de matar a própria mãe a facadas na
madrugada de quarta-feira em Balneário Camboriú, surpreendeu até mesmo o delegado responsável pelo caso, Osnei de Oliveira.
— Muito
visualista e materialista. Demonstrou uma conduta bem questionável — descreveu.
Bruno foi preso na manhã desta quinta-feira em uma rua do bairro de
Zimbros em Bombinhas. Ele foi encontrado pela Polícia Militar do município após a dona de uma pousada onde ele estava hospedado chamar a polícia. Segundo Osnei,
ele teria relatado o crime a ela e pedido que a mulher comunicasse à PM sobre o homicídio e informasse o paradeiro dele, que aguardou a chegada dos policiais na rua.
Ao delegado, Bruno relatou que chegou em casa na madrugada de quarta-feira após ter consumido cocaína. Quando a mãe acordou e percebeu que o filho
estava sob o efeito da droga, ela o teria expulsado de casa. Ele então partiu para cima dela e desferiu a primeira facada no olho.
— Ele contou que nas
primeiras facadas a mãe implorava que ele parasse, dizia que o amava, mas ele continuou — conta Osnei. Ao todo, a professora Marcia Ouriques recebeu 38 golpes, constatou o
Instituto Médico Legal (IML).
Depois que ele já havia começado a esfaquear a mãe, vizinhos que acordaram com a briga foram até o
apartamento, após ouvir os gritos de Marcia, e bateram na porta. Neste momento, Bruno relatou à Polícia Civil ter sufocado a mãe com o auxílio de um
travesseiro, em seguida a estrangulado com as mãos e, quando os vizinhos se afastaram do apartamento, ele desferiu o restante das facadas.
Durante o depoimento,
Bruno também demonstrou bastante instabilidade emocional.
— Primeiro ele chora, em seguida começa a contar que após ter matado a mãe
ficou 20 minutos abraçado ao corpo dela e depois tomou um banho para se limpar e vestiu as melhores roupas que ele tinha para fugir — relata Osnei.
Segundo o delegado, o jovem também demonstrou bastante preocupação com o futuro dele, como vai se sustentar quando deixar a prisão, por exemplo. Bruno, que
já tem advogado, foi transferido para o presídio da Canhanduba, em Itajaí, na noite desta quinta-feira.
Osnei pretende indiciá-lo por
homicídio com pelo menos três qualificadoras, pela impossibilidade de defesa à vítima, motivo futil e meio cruel.
Bruno trabalhava como
sushiman em um restaurante no Centro de Balneário Camboriú.