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08/03/2015 | 19:28 | Praia Notícias | Geral

Valéria dirige contra o preconceito em Palhoça

A taxista Valéria Barbosa de Freitas busca o reconhecimento em uma profissão dominada por homens

A taxista Valéria Barbosa de 

Freitas busca o reconhecimento em uma profissão dominada por homens
Dos seus 43 anos de vida, 25 deles foram passados atrás de um volante (Foto: Betina Humeres / Agencia RBS)
Os tempos mudaram e as mulheres conquistam cada vez mais seu espaço na sociedade. Mas se engana quem pensa que as coisas ficaram mais fáceis. A luta das mulheres pela igualdade é diária, dando conta da jornada dupla, driblando o machismo e enfrentando o preconceito. Neste Dia Internacional da Mulher, a Hora conta a história de duas mulheres que representam a luta de todas elas.
Dos 43 anos de vida, 25 deles a taxista Valéria Barbosa de Freitas passou atrás de um volante. Atualmente é de um táxi em Palhoça, mas já dirigiu ônibus, caminhão e ambulância. Apesar da experiência na profissão, Valéria ainda luta contra o preconceito. Foram inúmeras situações em que ela conta ter sido humilhada e destratada, somente pelo fato de ser do sexo feminino. 
— Não é fácil, existe muito preconceito entre os passageiros e até com os colegas de profissão. Todo os dias preciso provar que sei dirigir bem e sou capaz, mesmo com tantos anos de experiência — conta. 
Quando dirigia ambulância em Manaus, viveu situações em que pacientes se negaram a entrar no veículo quando viram que era uma mulher a motorista. Como instrutora de autoescola, já teve que ouvir de alunos que queriam um homem para aprender melhor.
— Troco pneu, entendo de parte elétrica, mecânica e o que mais for preciso. Nunca fiquei na mão e mecânico nenhum me engana. As pessoas perguntam se não tenho medo. Já fui assaltada, mas o preconceito é pior, machuca demais.
Não foi só na profissão que Valéria lutou para superar o preconceito. Aos 19 anos foi mãe solteira e discriminada na cidade onde vivia. Já sofreu violência física de um ex-namorado, e quando encerrou o relacionamento algumas amigas não concordaram. 
Apesar de todos os desafios, ela diz que ama ser mulher, e tem verdadeira admiração por todas as mulheres que, como ela, enfrentam tudo e conseguem chegar lá. E tudo isso sem deixar a vaidade de lado. Valeria adora se arrumar, e tem orgulho de dizer que é independente e boa profissional: 
— A mulher já nasce sendo discriminada. Meu desejo é ser valorizada pelo meu profissionalismo, como acontece com muitos homens. É assim que quero ser reconhecida — finaliza.
Fonte: Diário Catarinense
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