Uma operação conjunta na manhã desta terça-feira
(24) prendeu o diretor do Presídio Regional de Blumenau, Elenilton Fernandes, e outros 12 agentes penitenciários que atuaram ou atuam ainda na unidade, informou a Secretaria
de Estado da Justiça e Cidadania. A ação foi comandada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) com apoio do Grupo de
Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).
A operação ocorre um dia após uma nova tentativa de fuga na
unidade. A ação está em andamento em dez cidades do estado e busca cumprir 39 mandados de prisão, todos por suspeita de corrupção dentro do
presídio, como mostrou o Jornal do Almoço.
'Sistema corrompido'
Segundo o Ministério
Público, os agentes negociavam privilégios para os presos e facilitavam a entrada de armas e drogas. "Havia pagamento a agentes prisionais. O sistema estava extremamente
corrompido", afirmou o promotor de justiça Flávio Duarte à RBS TV.
"Infelizmente, nos últimos meses para cá tivemos diversos
eventos no mínimo suspeitos. Unimos esforços e chegamos a diversos elementos dando conta da prática de desvio de conduta de agentes penitenciários", disse o
sub-diretor da Deic, Adriano Bini.
A força-tarefa começou ainda na madrugada e envolveu 130 policiais civis e militares, além de um
helicóptero. A investigação do Ministério Público em conjunto com as polícias civil e militar durou quatro meses. Segundo o Deap informou ao G1,
entre os presos está um ex-chefe de segurança do presídio.
Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania e o Deap afirmaram que
a operação "é resultado de uma minuciosa investigação iniciada anteriormente e continua em andamento".
Fuga em
janeiro
Nesta segunda (23), um túnel de aproximadamente 7 metros foi encontrado nos fundos de uma cela. Segundo informações de dentro do
presídio, um vigilante conseguiu impedir a fuga em massa no momento em que o primeiro preso colocava a cabeça para fora do túnel. Em fotos, é possível ver
uma grande quantidade de terra dentro de uma das celas.
Em janeiro, 28 presos conseguiram escapar por um túnel. Na época, detentos de diferentes graus
de periculosidade fugiram, colocando em questão a segurança do presídio. Do total de presos, 13 continuam foragidos.
O presídio de Blumenau
é considerado um dos mais críticos do estado, com problemas de infraestrutura e superlotação. Em 2013, a defensoria pública fez uma visita-surpresa ao
Presídio Regional de Blumenau e constatou condições insalubres às quais os detentos eram submetidos no local. Entre os problemas encontrados, havia ratos,
baratas, fezes no lugar onde os presos tomam banho, além de remédios vencidos e carne armazenadas em baldes.