Logomarca Paulo Marques Notícias

23/01/2014 | 22:03 | Geral

Delegado faz cirurgia de mudança de sexo e pode assumir posto na Defesa da Mulher, em Goiás

Desde o final de outubro Laura já exibia o novo visual nas redes sociais, contrastando com a imagem pública do então delegado Thiago

Desde o final de outubro Laura já exibia o novo visual nas redes 

sociais, contrastando com a imagem pública do então delegado Thiago
No final do ano passado, Laura publicou fotos do novo visual no Facebook (Foto: Arquivo Pessoal / Facebook)
E Laura reassumirá com a possibilidade de lotação na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (Deam) Central de Goiânia, onde a titular, Ana Elisa Gomes Martins, carente de reforço, garante uma boa recepção.
— Se ela vier, será recebida com profissionalismo e para atender uma grande demanda de um público carente — informa a delegada Ana Elisa, que chefia uma especializada com três delegadas adjuntas e quatro plantonistas, todas sobrecarregadas pela violência contra a mulher.
A mudança de nome de Thiago para Laura foi autorizada pela Justiça e por isso o novo registro civil do delegado passou a ser do sexo feminino. 
No Facebook, desde o final de outubro, Laura já exibia o novo visual, contrastando bastante com a imagem pública do então delegado Thiago, geralmente usando terno, camisa de mangas compridas e outras peças todas do vestuário masculino.
Na foto mais recente, postada em 13 de dezembro, a delegada aparece com o rosto maquiado e vestida com a camiseta preta padrão com o timbre da Polícia Civil, muito utilizada pelos policiais da corporação durante operações. 
Os cabelos longos e bem escovados nem de longe lembram as madeixas desalinhadas e amarradas, geralmente em um rabo de cavalo, mantidas presas sempre que concedia entrevistas sobre casos policiais.
A história foi revelada nesta quinta-feira,  pelo jornal Diário da Manhã (DM), que dá como certa a posse dela como delegada da Mulher de Goiânia. A reportagem mostrou a surpresa de alguns ex-colegas de trabalho com as mudanças feitas por Thiago.
— O delegado era implacável em ações que exigiam demonstração de 'macheza' e sua conduta era de um homem que exalava testosterona, não de um indivíduo que pudesse mudar de sexo e vir a se tornar uma figura feminina — declarou um escrivão ouvido.
Policial tido como sério, com atuação firme nas operações de combate à criminalidade promovidas pela Polícia Civil, onde ingressou há cerca de quatro anos, Thiago foi delegado titular das cidades de Trindade e Senador Canedo, ambas na região Metropolitana de Goiânia.
Também atuou como coordenador do grupo especial de repressão a narcóticos (Genarc) da cidade de Porangatu, no Norte de Goiás.
Outros detalhes pessoais sobre a vida do policial que vieram a público com a mudança de sexo, dizem respeito ao passado de Thiago, que foi casado e tem dois filhos.
Uma fonte da Polícia em Goiânia informou, solicitando o anonimato, que a mudança de sexo "não foi uma surpresa de agora, já que a licença e a viagem à Tailândia eram sabidas de algumas pessoas há alguns meses". A fonte sinalizou que, nos bastidores da corporação, a condição do delegado era conhecida, "mas não comentada amplamente, inclusive porque ele tem uma atuação linha dura".
O caso é tratado com cuidados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). A assessoria de imprensa da Polícia Civil evitou informar os contatos da delegada Laura. 
Segundo a assessoria, o diretor geral da PC, delegado João Carlos Gorski, não comentará o caso, justificando se tratar de assunto pessoal "que não afetará em nada a parte administrativa" do cargo exercido pela delegada, já que houve autorização judicial para a mudança de nome. 
Ainda segundo a assessoria, não há definição, por enquanto, sobre a próxima lotação de Laura, indicando que não está confirmada ou descartada uma atuação como delegada da mulher.
Na Delegacia da Mulher, tradicionalmente, a maior parte dos postos de delegados é ocupada por mulheres, mas algumas vezes já foram ocupados por homens. Na Especializada, homossexuais homens, como travestis, não são atendidos.
O atendimento é exclusivo para mulheres, entre as quais lésbicas vítimas de violência.
Fonte: Zero Hora
Mais notícias sobre GERAL