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19/04/2015 | 06:06 | Praia Notícias | Polícia

Polícia Federal monitora trabalho das 'mulas' com drogas em Santa Catarina

Estado está na rota do tráfico internacional de entorpecentes, segundo PF

Estado está na rota do tráfico internacional de entorpecentes, segundo PF
Foto: Reprodução RBS TV
Santa Catarina está na rota do tráfico de drogas internacional. A Polícia Federal (PF) admite que o estado se tornou referência no assunto, como mostrou reportagem de Gabriela Machado e Fabiano Souza no RBS Notícias deste sábado (18).
Passageiros com boa aparência, ricos e embarcando a passeio para o exterior. Alguns deles estão disfarçados para transportar drogas sem levantar suspeita nos aeroportos.
No mundo do crime, essas pessoas são chamadas de "mulas". Elas geralmente sabem pouco sobre os traficantes pra quem trabalham. E entram no esquema por desespero.
"O relacionameto que eu terminei, veio logo o falecimento da minha mãe. Eu precisava do dinheiro pra ajudar a fazer o enterro", explicou uma mulher que não quis se identificada. Ela era modelo e receberia R$ 40 mil para buscar comprimidos do ecstasy na Alemanha.
Rota da droga
A polícia Federal sabe que toda semana, pelo menos, duas "mulas" saem de Florianópolis pelo Aeroporto Hercílio Luz. Elas são responsáveis pelo trecho mais arriscado na rota da droga.
Os traficantes compram cocaína do Peru e da Bolívia. A droga entra no Brasil pelo Mato Grosso do Sul. Quando chega a Santa Catarina, ela é despachada principalmente para Europa e Ásia nas bagagens das "mulas". Normalmente, um brasileiro recebe a droga no exterior.
"Quando eu cheguei lá, uma pessoa me encontrou", continuou a modelo. "Veio me trazer dinheiro para alimentacão, despesas, hotel. Porque eles pagam tudo assim", detalhou a modelo.
A "mula' passsa, pelo menos, uma semana no país para parecer turista e despistar a polícia. Só depois o traficante aparece com o ecstasy produzido na europa.
"A pessoa fez a mala na minha frente. Tem um fundo falso. Em cima da droga, botava as minhas coisas", explicou a modelo.
A partir daí, a mula faz o caminho de volta com a mala carregada de ecstasy. Em Santa Catarina, os traficantes revendem os comprimidos.
Repressão
"Houve um aumento deste tipo de tráfico nos últimos anos, mas também houve um aumento na repressão. A cada dia é aprimorado, utlizadas novas técnicas, troca de informações com polciais de todo o mundo para poder fazer a repressão eficiente a esse tipo de tráfico", afirmou o delegado da PF Gustavo Trevisan.
Faz 10 anos que a PF identificou Santa Catarina como uma importante rota para o tráfico internacional de drogas sintéticas. Neste tempo, mais de 100 pessoas foram presas. Algumas ainda estão na cadeia.
Prisão
A modelo de Santa Cataria com a mala cheia de ecstasy aprendeu a lição da pior forma. A polícia alemã abordou o táxi dela a caminho do aeroporto.
"Aí, quando ele botou a mão assim, que ele sentiu os comprimidos, aí já deu voz de prisão. Eles te olham como lixo, tu és um lixo e pronto. Te levam para a cela, assim. Então foi a hora que me chocou mesmo", contou.
Só depois de oito meses ela pôde avisar a família. A falta de notícias não chamou tanta atenção porque ela fazia viagens longas a trabalho.
"O primeiro mês passava o dia inteiro chorando. Eu emagreci 15 quilos em cinco meses", relatou.
A modelo passou um ano e meio na cadeia e não recebeu o dinheiro dos traficantes. Ela vivia o auge da carreira antes da prisão.
"Na estaca zero. Não vale a pena. Nada paga tua liberdade. Nada paga o teu direito de ir e vir. Não tem dinheiro no mundo que pague a felicidade da tua familia, de ter do lado, entendeu?", finalizou.
Fonte: G1
Estado está na rota do tráfico internacional de entorpecentes, segundo PF
Foto: Polícia Rodoviária/Cedida
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