Caminhoneiros estão desde a madrugada
desta quinta-feira (23) às margens de rodovias no Oeste de Santa Catarina para protestar após categoria não chegar a um acordo com o governo federal sobre o valor do
preço mínimo do frete no país. Esta foi uma das principais reivindicações do movimento de caminhoneiros que tomou conta do país em fevereiro deste
ano, bloqueando estradas e causando, inclusive, desabastecimento em algumas regiões.
A primeira concentração registrada foi em São Miguel do
Oeste, por volta da 0h. Um grupo de pessoas ligadas ao movimento chegou a solicitar a adesão de caminhoneiros, interceptando veículos, mas a Polícia Militar
Rodoviária (PMRv) impediu.
"Nós faremos um trabalho de garantia da legislação de trânsito. Mesmo nos acostamentos, o
estacionamento é proibido. Os veículos devem ter seu direito de ir e vir garantido. Eles [caminhoneiros] têm o direito de manifestar, desde que não haja bloqueios
nas rodovias", disse o comandante Laerte Bieger.
Na manhã desta quinta-feira, por volta das 10h30, na BR-282 em São Miguel do Oeste, pelo menos
60 caminhoneiros continuavam estacionados às margens da rodovia, em um pátio no trevo. Já em Concórdia, também no Oeste catarinense, ao menos 20
caminhões estavam estacionados em um pátio de veículos no trevo da BR-153.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda
há registros de manifestantes em Maravilha, na BR-282, e Irani, na BR-153, sem caminhões, mas com manifestantes abordando veículos. Até as 8h, não houve
obstrução de vias.
Impasse
Os caminhoneiros mobilizados tiveram uma uma rodada de negociações da
categoria com o Governo Federal na quarta-feira (22) para tentar padronizar o preço do frete. Não houve acordo.
O impasse está na
criação de uma tabela de valores mínimos para o frete. Esta era uma das principais reivindicações da categoria desde o dia 18 de fevereiro deste ano,
quando a categoria bloqueou até o dia 3 de março vários pontos de rodovias federais catarinenses.
O Governo Federal ficou de passar uma tabela,
mas chegou a conclusão que seria algo inconstitucional pois iria ferir as leis de mercado. Os motoristas não concordam com esse argumento e decidiram paralisar, fazer uma nova
greve.