O presidente da cooperativa de crédito, sediada em Três de Maio, atribue
o resultado positivo a ampliação da participação no mercado financeiro da região. Conforme Glei Linhares, em 2011, a participação do
Sicredi era de 15%, em 2012, ela chegou a 22%, e em 2013 foi de 26. Linhares explica que a carteira de crédito comercial é principal fator responsável pelo crescimento
expressivo. No ano passado, foram realizadas 45 mil operações de crédito comercial. O valor dos empréstimos foi de R$ 450 milhões.
Pela primeira vez, o Sicredi Noroeste vai distribuir parte das sobras, do lucro, entre os associados na proporção das aplicações realizadas na cooperativa em
poupança, depósito ou juro de empréstimo comercial. Quem tiver valores até R$ 500 vai ter a sobra depositada em sua conta. Linhares acredita que 80% dos 48 mil
associados da cooperativa vão receber as sobras nessa modalidade pioneira no Sistema de Crédito Cooperativo do Rio Grande do Sul. Já os valores acima de R$ 500
vão ser pagos diretamente aos associados pelo gerente da unidade através de um cheque.
O Sicredi, também, anunciou ontem mais duas novidades. A
partir de março, o horário de atendimento das duas unidades de Três de Maio vão ser ampliado até as 16h. Já nos cinco primeiros dias úteis do
mês, as unidades vão abrir meia hora mais cedo, ou seja, 9h 30min. Além disso, o Sicredi vai inaugurar no dia sete de março a unidade do distrito de Consolata.
Já Esquina Araújo, Independência, vai ganhar uma nova unidade no dia 27 de março. Glei Linhares anunciou, ainda, que está prevista para 2014 a
construção da nova unidade da cidade de Independência.
1. Qual é a diferença entre uma cooperativa de crédito e um
banco?
Uma cooperativa de crédito é uma sociedade de pessoas enquanto um banco é uma sociedade de capital. As cooperativas são
de propriedade conjunta, destinadas à captação de recursos para financiar as atividades dos associados, administração de suas poupanças e
prestação de serviços próprios de uma instituição financeira. Enquanto os bancos são de propriedade de investidores para atuar no segmento
de intermediação financeira e prestação de serviços bancários.
Os bancos visam obter lucro e as cooperativas prestam
serviços com a finalidade de atender às demandas dos associados e agregar renda as suas atividades.
Em uma cooperativa de crédito, o
resultado é chamado de sobra/perda e num banco é chamado de lucro/prejuízo. Mas a grande diferença é que, nas cooperativas, as sobras são
proporcionalmente distribuídas levando em conta o valor das operações que cada associado praticou durante o ano. Enquanto que, nos bancos, o lucro é
distribuído aos sócios na proporção do capital investido, sem levar em conta o valor das operações de cada um. Em uma cooperativa de crédito
as decisões são compartilhadas e o que a maioria decide pelo voto é realizado pela sociedade. Um sócio é igual a um voto. Todos têm os mesmo
direitos e obrigações.
2. Por que a cooperativa promove assembleias?
A realização de assembleias
está prevista em estatuto e destaca a transparência na gestão adotada pelo Sicredi. Elas são o ponto alto do modelo de gestão democrática e
participativa, que consolida as cooperativas de crédito como uma sociedade de pessoas, em que o voto de todos tem o mesmo valor. Nos encontros, os associados do Sicredi têm a
oportunidade de exercerem seu papel de dono do empreendimento e participar de forma ativa da gestão de sua cooperativa.
Os debates e as
deliberações sobre os assuntos da cooperativa ocorrem nas assembleias de núcleo. Juntos, os associados elegem seu representante, que são chamados de
coordenadores de núcleo. Cada coordenador tem voto representativo e é responsável por levar as decisões dos associados do seu núcleo para a Assembleia
Geral.
3. Como funcionam a organização e a participação dos associados?
A
organização e a participação dos associados podem ser explicadas em quatro momentos:
Núcleo de Associados – Agrupamento de
associados de acordo com a área de atuação das cooperativas de crédito para proporcionar sua participação no processo de gestão e
desenvolvimento da cooperativa.
Reunião de Núcleo – Encontros realizados com os associados com caráter de discussão sobre temas
como operações e serviços, planejamento estratégico, plano de metas e prestação de contas do primeiro semestre.
Assembleias
de Núcleo – Encontros realizados com um ou mais núcleos para eleger o coordenador de núcleo e seu suplente, apreciar e acompanhar a execução das
atividades planejadas por sua cooperativa e apreciar e deliberar, enquanto núcleo, sobre os assuntos da Assembleia Geral da cooperativa (citados abaixo), definindo o voto do
coordenador de núcleo.
Assembleia Geral Ordinária – Encontro realizado para a prestação de contas dos órgãos de
administração, acompanhada do parecer do Conselho Fiscal, destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas; eleição dos componentes do Conselho
de Administração ou Diretoria do Conselho Fiscal e de outros, quando for o caso e quaisquer outros assuntos de interesse social que não sejam de competência
exclusiva da Assembleia Geral Extraordinária.
Assembleia Geral Extraordinária – Encontro para deliberar sobre qualquer assunto de interesse da
sociedade, mencionado no edital de convocação, como reforma do Estatuto Social, fusão, incorporação ou desmembramento, mudança do objetivo da
cooperativa, dissolução voluntária da cooperativa e nomeação de liquidante e contas do liquidante.
4. Quando estes
encontros são realizados?
Os encontros são realizados ao longo do ano. Apenas as assembleias tem período pré-definido e ocorrem
entre os meses de janeiro e abril de 2014.
5. Os associados participam das assembleias?
Em 2013, o processo mobilizou 220 mil associados em
todo o Sicredi, conscientes de seu papel no negócio, que acreditam nas cooperativas de crédito como agente de desenvolvimento econômico e social das comunidades onde
atuam, além de 66 mil não-associados. Na nossa Cooperativa, registramos a participação de 12.646 associados.
6. Os números deste
ano superaram os dos anos anteriores? Qual a projeção para os próximos anos?
7. Quais são os requisitos para ser um coordenador de
núcleo?
Todos os associados podem ser coordenadores. Para tanto, é preciso participar das formações do Programa Crescer, nas
quais são debatidas questões relacionadas às sociedades cooperativas, ao cooperativismo de crédito, ao modelo de gestão do Sicredi e às
operações e serviços. Outros requisitos são informados ao longo dos estudos do Programa Crescer. Segundo os regimentos internos do Sicredi, para assumir uma
cadeira no Conselho de Administração do Sicredi, inclusive de presidente, é necessário o postulante ter exercido a função de coordenador de
núcleo.
8. Qual é o papel dos coordenadores de núcleo?
Cada coordenador, eleito pelos demais
associados nas assembleias de núcleo, representa os associados de seu núcleo de origem na Assembleia Geral da Cooperativa. Com isso, pretende-se garantir maior amadurecimento
das questões discutidas, favorecendo decisões ou deliberações mais representativas, maduras e acertadas.
9. Cite um exemplo de
decisão de Assembleia Geral?
Na Assembleia Geral da Cooperativa, realizada no início de 2013, foi decidido que as sobras, R$ 13.923.644,03 seriam
investidas dessa forma: 65% no Fundo de Reserva da cooperativa, 10% foi direcionado para o Fates (Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social) e 25% foi destinado para o
Capital Social dos associados.
10. Por favor, explique o que significam estes termos?
Tecnicamente, as sobras não
são lucros, mas saldos de valores obtidos dos associados para cobertura de despesas, e que, pela racionalização com que a cooperativa trabalhou, não foram
gastos, isto é, sobraram, merecendo por isso a denominação de sobras.
O Fundo de Reserva da cooperativa foi criado para reparar perdas e atender o
desenvolvimento de suas atividades. Ele compõe o patrimônio da cooperativa, que define o quanto ela poderá emprestar para financiar as atividades de seus associados.
Quanto maior o patrimônio, mais forte a cooperativa.
O Fates (Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social) é reservado à
prestação de assistência aos associados, seus familiares e aos colaboradores da cooperativa.
Capital Social - Corresponde aos recursos
investidos na sociedade cooperativa pelos associados. O associado como dono do negócio, deve capitalizá-lo permanentemente pois quanto mais capitalizada for a Cooperativa mais
poderá crescer e se fortalecer, maior segurança terá e mais recursos poderá repassar aos associados.