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10/09/2015 | 12:12 | Cultura

Dos rodeios à faculdade, conheça a intensa rotina da 1ª prenda do RS

Marina Giolo, 20 anos, mora em Passo Fundo e viaja por todo Estado

Marina Giolo, 20 anos, mora em Passo Fundo e viaja por todo Estado
Natural de Vila Maria, Marina Giolo foi eleita a 1ª Prenda do RS em maio (Foto: Giva Fabris, Divulgação)
Há quatro meses como dona da faixa de primeira prenda da categoria adulta do Rio Grande do Sul, Marina Giolo, 20 anos, ainda custa a acreditar que está no posto que tanto almejou.
O concurso, realizado em maio na cidade de Rio Grande, elegeu a futura jornalista, estudante da Universidade de Passo Fundo (UPF), como a “líder” das prendas do Estado. Ela venceu outras 66 candidatas e, desde então, vive o desafio de conciliar as viagens por todos cantos do Estado com a tarefa de escrever a monografia.
“Desde que ganhei a faixa, passei apenas um fim de semana em casa”, conta Marina ao G1.
Natural de Vila Maria, município localizado a 260 quilômetros de Porto Alegre, ela reside há quatro anos em Passo Fundo – distante cerca de 50 quilômetros da cidade natal.
A rotina, que antes da competição incluía quatro horas diárias de estudos e mais ensaios, agora é de palestras e presenças em Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) das 30 regiões tradicionalistas.
“Todas regiões precisam de uma atenção especial. A presença da primeira prenda incentiva a continuidade do trabalho deles. Realmente não tem como ficar em casa, porque o MTG trabalha o ano inteiro, não é só em setembro”, comenta Marina.
Disciplinada, ela acumula nove faixas em concursos de prenda, entre as categorias mirim, juvenil e adulta. Com a mãe costureira, Marina economiza nos gastos com a indumentária e tenta ter uma peça nova por mês. Hoje, tem 20 vestidos de prenda variados, mas não ousados.
“Os vestidos seguem uma diretriz. É proibido brilho, transparência, decote, ou cores como um rosa fosforescente e um verde muito vivo”, comenta a prenda, que diz evitar usar roupas e maquiagens espalhafatosas porque, mesmo sem o vestido, continua sendo vista como exemplo de comportamento.
Quando criança e adolescente, Marina conta que admirava muito a 1ª Prenda do Rio Grande do Sul. Se via pessoalmente a detentora da faixa chegava a faltar o ar, tamanha era emoção de estar perto daquela mulher tão bonita, símbolo de inteligência e cultura.
“Ver que hoje sou ela e que outras mulheres também querem chegar lá, seguir meu exemplo, é uma realização. Às vezes não acredito, tenho que olhar para faixa. Achamos que é impossível realizar um sonho, mas consegui com muito esforço e trabalho, por isso fico muito orgulhosa”, diz Marina.
Precoce, a prenda entrou para a faculdade aos 16 anos. Após passar pela experiência de ler os 40 livros indicados pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) para a prova escrita do concurso, ela brinca que se tivesse estudado o tanto que estudou para a competição na época do vestibular teria passado para o curso de medicina.
Ao contrário de outras mulheres que ganharam o título nos anos anteriores, Marina não trancou a faculdade após a conquista. Como está no último semestre, prestes a se formar, tem feito esforço para concluir o curso de jornalismo.
“Estou fazendo a monografia, tenho prazo para tudo, mas ainda estou conseguindo. Não posso deixar de lado porque é minha futura profissão. Na vida, mais para frente, vou ter mais responsabilidades e esta é uma pequena amostra. Preciso saber responder da melhor forma possível”, avalia.
A visibilidade do título fez Marina conceder muitas entrevistas e, consequentemente, abriu portas para futuras oportunidades de trabalho na área. Mais inclinada a trabalhar no rádio ou na televisão, a prenda diz que tentará aliar os conhecimentos sobre tradicionalismo com a profissão.
Fonte: G1
Marina Giolo, 20 anos, mora em Passo Fundo e viaja por todo Estado
Foto: Giva Fabris, Divulgação
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