A Chama Crioula chegou ao CTG Tropeiros do Buricá em Três de Maio na tarde desta terça-feira (10). O grupo de cavaleiros, que conduziu a centelha, partiu de Três Passos no domingo (8) com paradas em Nova Candelária e na localidade de Caúna. A chama, que percorreu a casco as estradas de asfalto e de chão, fica acesa na Pira Paulo Silva até o encerramento da programação alusiva a Semana Farroupilha.
O Patrão da entidade tradicionalista Gilmar Fischer e o coordenador da cavalgada Elemar Lenz agradeceram a equipe de apoio e a todos que colaboraram para manter viva a tradição de conduzir a chama à cavalo.
O gesto de carregar a chama a cavalo remonta ao gesto do folclorista Paixão Cortês, que fez o mesmo pela primeira vez em 1947 no Parque Farroupilha em Porto Alegre. Cortês, que faleceu no ano passado, é o homenageado nos Festejos Farroupilhas deste ano.
A chama foi gerada no dia 17 de agosto na cidade de Tenente Portela. Durante a abertura dos festejos farroupilhas, foi feita uma apresentação em homenagem à Coluna Prestes e celebrando as influências dos povos indígenas na formação do Rio Grande do Sul.
No dia 13 de setembro a chama será distribuída para escolas e entidades. O ponto máximo da Semana Farroupilha será no dia 20 com a realização do Desfile Farroupilha. A saída está marcada para às 9h na Rótula Willy Becker. Após, será celebrada Missa Crioula no CTG e churrasco assado na vala à moda antiga.
A origem da Chama Cioula
No ano de 1947 foi criado em Porto Alegre, no Colégio Júlio de Castilhos, um Departamento de Tradições Gaúchas, com o objetivo de resgatar, preservar e proporcionar a revitalização das coisas tradicionais do Rio Grande do Sul, através da história gaúcha.
Naquele momento, um grupo de jovens do colégio manifestou o desejo de fazer, a cavalo, o acompanhamento dos restos mortais do General Farroupilha, David Canabarro, que era transladado ao Panteão Rio-grandense no cemitério da Santa Casa de Misericórdia. O ato ocorreu em 5 de setembro, com oito jovens a cavalo.
Dois dias depois, três daqueles jovens (Paixão Cortes, Cyro Ferreira e Fernando Vieira) também a cavalo retiraram uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria, a meia noite do dia 7, acendendo o candeeiro crioulo que foi guardado no Colégio Julio de Castilhos, dando origem à Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho à sua terra, o seu nativismo, seu telurismo.
A Chama Crioula traz em si o reconhecimento pela história e pela trajetória social do gaúcho. Desde então, o acendimento e distribuição da chama crioula se repete anualmente.o