11/11/2020 | 23:32 | Esporte
Colorado foi derrotado pela equipe treinada por Lisca com gol do centroavante Rodolfo
A sétima estreia de Abel Braga no Inter foi a pior de sua história colorada. Pela primeira vez, o treinador foi derrotado em seu jogo inaugural. Para piorar, tratava-se de uma partida de quartas de final da Copa do Brasil.
Com a derrota por 1 a 0 para o América-MG, precisará vencer em Belo Horizonte, na semana que vem, para ter chance de avançar. Vitória por um gol levará a pênaltis, e a vaga direta só virá se ganhar por dois ou mais gols.
O primeiro Inter de Abel, como não poderia ser diferente, foi, no papel, bem semelhante ao de Coudet. Sem Moledo, Zé Gabriel seguiu na zaga, Uendel voltou à lateral, o meio teve Lindoso, Edenilson, Patrick e Marcos Guilherme, com Thiago Galhardo e Abel Hernández na frente. No América-MG, Lisca não preservou ninguém e mandou a campo o time que ocupa a vice-liderança da Série B.
Antes do jogo, o treinador colorado foi sincero ao repórter Leonardo Mûller, da RBSTV:
— Deu tempo de aprender o nome de metade do grupo.
E carismático:
— Sei que algumas pessoas não gostam que eu diga isso. Mas é lindo esse estádio. Uma pena não ter a torcida ao lado.
No começo da partida, a forma de jogar também seguiu a mesma do técnico antecessor. Lindoso recuava para formar a saída de três, ao lado dos zagueiros, adiantando os laterais, fechando os volantes, espetando os atacantes.
Mas só com o carisma, Abel não conseguiu fazer o que queria no início do jogo. Organizado, o América-MG foi o primeiro a levar perigo. Aos nove minutos, Ademir passou para Felipe Azevedo, que driblou Heitor e bateu. Lomba defendeu com o corpo. Pouco depois, Juninho chutou para fora.
Aos 13, não teve jeito, e a pressão do América-MG deu resultado. Geovane deu um lindo passe de calcanhar para Diego Ferreira, que cruzou na medida para Rodolfo cabecear e abrir o placar: 1 a 0.
O time mineiro seguiu marcando em cima, roubando bola no campo de ataque e complicando a defesa colorada. Só aos 18, a equipe gaúcha conseguiu assustar. Uendel cobrou escanteio, Abel Hernández antecipou-se e cabeceou para fora.
Os problemas do Inter aumentaram aos 23. Patrick foi lançado por Edenilson, arrancou para buscar a bola e sentiu uma fisgada muscular. Precisou sair de campo, em seu lugar entrou Peglow.
O menino, promessa da base, participou de uma jogada ofensiva, aos 30. Ele tabelou com Abel Hernández e bateu, a bola desviou na defesa e voltou para Galhardo, que ajeitou para Marcos Guilherme chutar de primeira, mas por cima.
O América-MG teve chance de ampliar em mais uma falha de Zé Gabriel. Em um tiro de meta para cima, o zagueiro colorado errou o tempo de bola e Rodolfo escorou para Geovane. Ele arrancou e tentou cruzar para o meio, Uendel salvou, e o placar ficou inalterado até o intervalo.
Os dois times voltaram iguais do vestiário. A postura do Inter até mudou, e Peglow quase empatou, ao receber de Abel, entrar na área e chutar. Mas a bola foi por cima.
Logo depois, porém, foi o América-MG quem quase ampliou. O time da casa se atrapalhou na saída de bola, Juninho recuperou e deu para Ademir, que cruzou. Uendel cortou mal e o próprio Ademir concluiu, Zé Gabriel quase se atrapalhou, mas conseguiu salvar em cima da linha.
Depois do susto, o Inter voltou a martelar o adversário em busca do empate. Edenilson quase conseguiu em jogada individual, mas seu chute saiu mascado, nas mãos de Matheus Cavichioli. Mas as tentativas limitavam-se a cruzamentos para a área que raramente encontravam algum atacante.
Com o time amarrado, Abel mexeu. Entraram Nonato e D'Alessandro, saíram Peglow (que havia ingressado no primeiro tempo) e Heitor. Marcos Guilherme foi para a lateral.
Aos 31, pouco antes da última substituição, Cuesta cruzou e Galhardo, sozinho, cabeceou para fora. A troca foi ao estilo "pra dentro deles" de Abel Braga: Yuri Alberto por Rodrigo Lindoso. Apesar das mexidas, o Inter não foi mais ofensivo e pouco fez para não perder.
Abel mal começou e já precisará de uma façanha no Inter.