Em um jogo sofrido, cheio de lesões e resolvido com um golaço do então reserva Paulão, o Inter
bateu o Goiás por 1 a 0 no Beira-Rio e se manteve na terceira colocação do Campeonato Brasileiro, ainda que com um jogo a mais que os seus concorrentes à
Libertadores. Para se classificar ao torneio de 2015, o Inter ainda precisará de duas vitórias em casa. No sábado, o Inter recebe o Atlético-MG. Depois, o
Palmeiras.
Ainda no aquecimento, os jogadores do Inter se reuniram em roda, a fim de buscar uma última mobilização para a primeira de três
(ou quatro) decisões até a classificação à Libertadores. Sem Nilmar nem Alex, (ambos lesionados), tampouco Aránguiz (na seleção
chilena) ou Fabrício (suspenso), o emergencial Inter se mostrou um time do tamanho de seu rival, o Goiás. Bem que a equipe de Abel Braga tentou definir o jogo nos primeiros
minutos. Até os 21, o Inter teve quatro boas chegadas ao ataque. Rafael Moura, em dois lances de cabeça, chegou perto do gol. Ernando teve a melhor chance, quando depois de
trombar com Renan — o goleiro campeão da Libertadores com o Inter de 2010 —, acertou a bola na trave. E uma quarta oportunidade, com Jorge Henrique cabeceando na entrada
da área.
Antes disto, aos 17 minutos, Alan Patrick desabou sozinho no chão, com uma lesão muscular na coxa, e precisou ser substituído
por Valdívia. Parecia que a equipe ganharia em velocidade, mas não houve resposta. E o Goiás começou a se atrever em contra-ataques. O Inter voltou à
carga aos 39, quando Willians cruzou da ponta direita e Moura mergulhou de cabeça para marcar. Tudo perfeito, a não ser a defesa de reflexo ímpar de Renan, que impediu
o gol.
No segundo tempo, logo a seis minutos, Abel Braga precisou fazer nova troca por lesão: Alan Costa por Paulão. O Inter se desfalcava ainda mais
em meio ao jogo — e parecia sem forças para pressionar. Talvez se sentindo em débito com o time, D'Alessandro tentou em dois lances resolver a partida. Primeiro em
um chute ao lado da trave de Renan e, depois, tentando encobrir o goleiro, em uma cobrança de falta.
O tempo ia passando e o Inter seguia sem apontar uma
solução para ele. O Goiás se segurava na defesa e se atirava em contra-ataques. Nas arquibancadas, nervos à flor da pele e aquela sensação de que
as derrotas em casa para Cruzeiro, Figueirense e Corinthians começarão a pesar na tabela de classificação. Um chute a gol de Tiago Mendes, aos 24 minutos,
provocou apupos e muxoxos da torcida.
Não demorou para que o Inter tivesse a terceira baixa por lesão: Bertotto. Foi substituído por
Wellington Paulista. Abel Braga colocava a equipe para a frente. O Inter começava a entrar em pânico.
Aos 30 minutos, a torcida sentiu que seria preciso
ajudar e passou a cantar as músicas do clube. Três minutos depois, um herói inusitado surgiu no Beira-Rio: Paulão. D'Alessandor cobrou escanteio, Felipe
Macedo cabeceou para cima, a bola subiu e caiu na pequena área, onde Paulão a esperava, de costas para o gol. Ato contínuo, o zagueiro colorado acertou uma bicicleta
digna de Leônidas da Silva. Um golaço.
O 1 a 0 deu ao debilitado Inter o que lhe faltava: Confiança. Mesmo com o Goiás partido ao ataque, na
tentativa de empatar, a defesa se manteve firme até o final. Aos 46, uma falta frontal acertou Alan Ruschel, que se postou sentado atrás da barreira, para evitar um chute
rasteiro. Justamente o que ocorreu.
O primeiro capítulo da Trilogia Libertadores 2015 foi cumprido pelo Inter.