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30/05/2022 | 15:58 | Cultura

Morre o ator Milton Gonçalves, aos 88 anos

Artista faleceu em casa por conta de complicações de saúde, resultado de um AVC

Artista faleceu em casa por conta de complicações de saúde, resultado de um AVC
Milton Gonçalves atuou em mais de 40 novelas, dirigiu alguns projetos e ainda trabalhou em filmes e minisséries - Canal Viva / Divulgação

Milton Gonçalves morreu nesta segunda-feira (30), no Rio de Janeiro, aos 88 anos. Segundo a família do ator, ele morreu em casa, por volta das 12h30min, devido a complicações de saúde causadas por um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, sofrido em 2020. Na época, ele chegou a ficar internado no hospital por três meses.

Nascido em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santo (MG), Milton Gonçalves era filho de camponeses e mudou para São Paulo na infância, quando trabalhou como aprendiz de sapateiro e alfaiate. Após ter feito teatro infantil e amador, ele estreou profissionalmente em 1957, com o espetáculo Ratos e Homens, de John Steinbeck, no Arena. Um ano depois, migrou para o Teatro Nacional de Comédia. 

Mais tarde, Milton formou o primeiro elenco de atores da Globo, com Célia Biar e Milton Carneiro, após aceitar o convite do diretor Otávio Graça Mello. Ele participou do seriado Rua da Matriz (1965) e as novelas Rosinha do Sobrado e Padre Tião. Entre 1966 e 1969, foi destaque no humorístico TV0-TV1, parodiando outros programas e sendo precursor do TV Pirata (1988).

Na década de 1970, esteve nos principais folhetins da emissora: o infantil Vila Sésamo (1972), em que interpretou o Professor Leão; O Bem-Amado (1973), como Zelão das Asas; e Gabriela (1975), no papel de Filé. No período, também dirigiu Irmãos Coragem (1970) e os primeiros capítulos de Selva de Pedra (1972), de Janete Clair.

A dramaturgia seguiu como seu forte na década de 1980. Em Roque Santeiro (1985), de Dias Gomes, interpretou o promotor público Lourival Prata. Minisséries como Tenda dos Milagres (1985), As Noivas de Copacabana (1992), Agosto (1993) e Chiquinha Gonzaga (1999) também marcaram o currículo do ator.

Sua atuação como Pai José na segunda versão da novela Sinhá Moça (2006) lhe valeu a indicação para o prêmio de melhor ator no Emmy Internacional. Na cerimônia, apresentou o prêmio de Melhor Programa Infantojuvenil ao lado da atriz americana Susan Sarandon. Foi o primeiro brasileiro a apresentar o evento.

Na última década, o ator se destacou em Insensato Coração (2011), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, como Gregório Gurgel. Por sua atuação em Lado a Lado (2012), como Afonso Nascimento, ele ganhou o Emmy Internacional. Nos últimos anos, foi Cristóvão na novela Pega Pega (2017), Eliseu em O Tempo Não Para, de Mario Peixoto, no ano seguinte. Em 2019, participou do especial de Natal da Globo, Juntos a Magia Acontece, como Orlando Santos. Ao todo, foram mais de 40 novelas na emissora.

Nos cinemas, Milton também participou de mais de 60 filmes, de O Grande Momento (1958) passando por A Rainha Diaba (1974) até Carandiru (2003). 

Sempre mobilizado com a política, Milton era simpatizante do Partido Comunista Brasileiro na juventude e chegou a se candidatar ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 1994 pelo PMDB. Em 2008, interpretou um político corrupto, Romildo Rossi, em A Favorita, de João Emanuel Carneiro.

Fonte: GZH
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