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29/07/2023 | 06:42 | Geral

Família decide vender fazendas de ex-presidente João Goulart no RS

Propriedades estão localizadas em Itacurubi, na Região Central, e em Itaqui, na Fronteira Oeste

Propriedades estão localizadas em Itacurubi, na Região Central, e em Itaqui, na Fronteira Oeste
Fazenda Cinamomo, localizada em Itaqui, tem área de 2,7 mil hectares - Divulgação / Akimoto Leilões

A primeira etapa do leilão de duas fazendas que foram do ex-presidente da República João Goulart (1919-1976) se encerrou às 15h desta sexta-feira (28), sem interessados. Segundo a empresa encarregada pela concorrência, Akimoto Leilões, o segundo pregão ocorrerá em 11 de agosto, às 15h.

As propriedades estão localizadas em Itacurubi, na região central do RS, e em Itaqui, na Fronteira Oeste. Juntas, as fazendas estão avaliadas em mais de R$ 250 milhões, de acordo com a casa de leilões responsável pela venda. 

João Goulart, que era natural de São Borja, também na Fronteira Oeste, foi o 24º presidente do Brasil, cumprindo mandato de 1961 a 1964, até ser deposto por um golpe militar. 

Conforme informado no site da leiloeira, a decisão de colocar as fazendas à venda partiu da família, e o preço definido está abaixo do valor de mercado. 

Uma das propriedades em questão é a Fazenda Cinamomo, localizada em Itaqui, com área de 2,7 mil hectares. Segundo a apresentação de Zuleika Matsumura Akimoto, leiloeira responsável pelos lances, mais de 90% dessa terra é apropriada para atividades agrícolas, tornando-a indicada especialmente para o cultivo de grãos. O valor inicial do leilão está estipulado em R$ 173.900.787. 

A segunda propriedade, localizada em Itacurubi, é denominada Fazenda Presidente João Goulart e será leiloada com lance inicial de R$ 80.716.195. De acordo com a casa leiloeira, essa propriedade possui 2.124 hectares, sendo que 55% da área é destinada à agricultura, e os outros 45% para a pecuária. 

Quem foi João Goulart
João Belchior Marques Goulart nasceu em São Borja, em 1919. Conhecido como Jango, era o herdeiro político de Getulio Vargas, natural da mesma cidade. Jango ocupou a posição de vice-presidente durante os governos de Juscelino Kubitschek e Jânio Quadros, entre os anos de 1956 e 1961. 

Após a renúncia de Jânio, o gaúcho Jango assumiu a presidência do Brasil por meio da Campanha da Legalidade, que foi liderada pelo seu cunhado e então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. 

Em 2 de abril de 1964, João Goulart foi deposto do cargo de presidente do Brasil. Nesse dia, o Congresso Nacional realizou uma sessão na qual declarou a vacância da presidência da República. O senador Auro de Moura Andrade, então presidente do Congresso, justificou que Jango havia deixado o governo. Entretanto, naquele momento, Jango encontrava-se no RS, buscando apoio de aliados, já que estava prestes a ser detido. 

Jango morreu em 1976, em uma de suas fazendas na Argentina, e a causa da morte divulgada na época foi ataque cardíaco. Em 2013, a pedido da Comissão Nacional da Verdade, os restos mortais do ex-presidente passaram por perícia, que não conseguiu determinar conclusivamente a causa de sua morte.  

Em 2013, o Congresso aprovou uma resolução que anulou a sessão que depôs Goulart, reconhecendo como ato ilegítimo. Durante o regime militar que se seguiu ao governo de Jango, 434 pessoas foram mortas ou desapareceram. A Comissão da Verdade relatou que apenas 33 corpos foram localizados, deixando muitos casos sem solução e famílias sem respostas. 

Fonte: GZH
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