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08/08/2023 | 16:15 | Geral

Justiça decreta ilegalidade da paralisação de dois dias dos agentes da Polícia Civil

Sindicato da categoria solicitou que todos os policiais voltem ao trabalho, mas que sigam mobilizados

Sindicato da categoria solicitou que todos os policiais voltem ao trabalho, mas que sigam mobilizados
Presidente da Ugeirm, Sindicato dos agentes da Polícia Civil, recebe notificação judicial em frente ao Palácio da Polícia, na Capital - Ronaldo Bernar

A Justiça decretou a ilegalidade da paralisação de dois dias dos agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que argumentou que a interrupção das atividades comprometeria os serviços prestados, o Poder Judiciário publicou a decisão na segunda-feira (7). 

Os agentes, que estavam mobilizados desde as 8h, incluindo a direção da Ugeirm, que é o Sindicato da categoria, voltaram ao trabalho tão logo o presidente da entidade, Isaac Ortiz, ter recebido a notificação judicial nesta terça-feira (8). Ele ressaltou que casos graves e o atendimento básico à população estava sendo mantido. Mesmo assim, acatou a ordem judicial, mas lamentou o pedido feito pelo governo. 

— É um absurdo, não a decisão judicial, mas o pedido do governo gaúcho. Era só sentar com a entidade para uma conversa. Faltou coerência do executivo para lidar com uma crise como esta. Digo isso porque os policiais estão trabalhando muito, sem reposições e estão insatisfeitos — explica Ortiz. 

A Ugeirm solicitou que todos os policiais voltem ao trabalho, mas que sigam mobilizados, anunciando que será marcada — nos próximos dias — uma assembleia geral da categoria para discutir a situação. 

Nesta terça e também estava marcado para quarta-feira (9), por exemplo, a não realização de operações policiais, além de orientações para que não houvesse a circulação de viaturas, cumprimentos de mandados de prisão e busca, serviços gerais de cartório, conclusão de inquéritos, entre outros. 

As Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPAs) e plantões iriam atender somente flagrantes e casos de maior gravidade. Em Gravataí, por exemplo, um morador informou para a reportagem que  não conseguiu ser atendido nesta terça. Rodrigo Kowal havia sofrido um acidente de trânsito — apenas com danos materiais — na semana passada e não conseguiu atendimento na 2ª Delegacia de Polícia da cidade para tentar retirar o veículo. 

— Não consegui ser atendido. Vou ter que pagar mais por depósito, de novo por um guincho, e ter que perder mais dois dias sem o veículo, apesar de ser informado que seria isentado — diz o morador momentos antes da decisão judicial. 

Como a Justiça decretou a paralisação ilegal, Kowal buscou novamente pelo atendimento nesta terça. O chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, informou que, desde as primeiras horas da paralisação, toda situação estava sendo monitorada para garantir o atendimento à população, ressaltando que, casos pontuais fossem notificados à instituição. 

Sodré destaca que não houve problemas graves durante o início da mobilização, confirma que o trabalho retornou de forma normal e não comentou sobre o pedido do governo ou sobre a decisão judicial. A PGE enviou uma nota para imprensa sobre estas questões. 

Nota da PGE: 
"A paralisação dos policiais civis, anunciada para hoje e amanhã (08 e 09/08), foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça (TJ-RS), atendendo a um pedido da PGE. A Procuradoria argumentou ao TJ-RS que a paralisação comprometeria os serviços policiais e descumpriria orientação firmada no STF, no sentido de que aos servidores que atuem na área de segurança pública é vedado o exercício do direito de greve".

Fonte: GZH
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