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23/09/2023 | 12:14 | Geral

Tragédia das cheias redireciona crescimento de cidades no Vale do Taquari do rio para zonas altas

Especialistas recomendam cuidado para evitar outros tipos de ameaça, como deslizamentos de encostas

Especialistas recomendam cuidado para evitar outros tipos de ameaça, como deslizamentos de encostas
Muçum tem cerca de 40% dos imóveis em zonas de risco para inundação, segundo levantamento do governo federal - Mateus Bruxel / Agencia RBS

Especialistas recomendam cuidado para evitar outros tipos de ameaça, como deslizamentos de encostas

Especialistas recomendam cuidado para evitar outros tipos de ameaça, como deslizamentos de encostas

Como muitas localidades Brasil afora, os dois municípios no epicentro da tragédia, onde morreram 28 das 49 vítimas registradas até sexta-feira (22), cresceram margeando seu rio. Historicamente, os grandes cursos de água favorecem o nascimento e o desenvolvimento de cidades nos seus arredores por razões logísticas. A ocorrência de grandes cheias em 2020 e, principalmente, neste mês, força uma mudança histórica no perfil de desenvolvimento no Vale do Taquari.

— Vamos ter de fazer uma ação gradativa de subir os morros e de aproveitar toda a área extensa que temos, para cima desses morros, para constituir novos espaços e começar a fazer a expansão da cidade para esse lado — afirma o prefeito de Muçum, Mateus Trojan.

A mesma estratégia já é debatida na vizinha Roca Sales.

— A necessidade de buscar novos terrenos, mais altos, já vem sendo discutida pelo nosso pessoal da engenharia, do planejamento, por engenheiros que estão na cidade prestando trabalho voluntário, além de representantes do Estado e da União. O município é muito extenso, e temos áreas que poderiam ser utilizadas que não ficam tão longe do centro e já estão urbanizadas — afirma o secretário de Administração de Roca Sales, Silvinho Zart, citando bairros de maior altitude como Pôr do Sol, 21 de Abril e 7 de Setembro.

Nesse processo, devem ser aproveitadas inicialmente regiões que já contam com infraestrutura urbana, mas ainda têm espaços vazios e, em médio e longo prazo, locais onde será preciso ampliar redes de água, luz e saneamento.

— Em novos locais que estamos procurando (para futuros loteamentos), teremos de construir a infraestrutura do zero, iluminação, água, esgoto, pavimentação. Estamos buscando caminhos para viabilizar isso, o que inclui parcerias com a iniciativa privada para atender pelo menos uma parte da demanda — complementa o prefeito de Muçum.

Em Encantado, a cheia fez uma vítima e inviabilizou pelo menos 605 moradias, conforme levantamento do governo estadual — 6,7% dos domicílios particulares permanentes levantados no Censo 2022. A prefeitura prevê inicialmente a construção de três blocos de prédios de quatro andares, com quatro apartamentos por andar, na parte mais alta do bairro Navegantes. Em um segundo momento, a intenção é reaver uma área doada à União no bairro São José, também em plano mais elevado, para receber novas residências.

— São locais seguros, onde já existem outras casas nas proximidades. Além disso, vamos criar uma comissão com representantes dos setores público e privado para realizar estudos que permitam atualizar o nosso plano diretor — afirma o prefeito de Encantado, Jonas Calvi.

Fonte: GZH
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