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09/10/2023 | 05:20 | Geral

Guerra entre Israel e Hamas completa segundo dia com mais de 1,1 mil mortes e temor de escalada do conflito

Governo israelense determinou evacuação de moradores das proximidades da Faixa de Gaza, em possível preparo de incursão terrestre

Governo israelense determinou evacuação de moradores das proximidades da Faixa de Gaza, em possível preparo de incursão terrestre
Bombardeios israelenses prosseguiram pelo segundo dia na Faixa de Gaza - MAHMUD HAMS / AFP

No dia em que Israel declarou oficialmente guerra contra o Hamas, neste domingo (8), os bombardeios à Faixa de Gaza se intensificaram ao mesmo tempo em que pelo menos 24 vilas israelenses localizadas próximo à fronteira começaram a ser evacuadas pelo governo de Benjamin Netanyahu. A ação é vista como um possível preparativo para uma incursão por terra no enclave palestino.

Os primeiros dois dias de guerra somaram mais de 1,1 mil mortos nos dois lados do combate, incluindo civis e militares, e pelo menos cem reféns que teriam sido capturados pelo Hamas e conduzidos a esconderijos em Gaza. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) convocou uma reunião emergencial para avaliar o cenário no Oriente Médio e dar uma resposta a temores de que o conflito se amplie na região.

De acordo com as estatísticas disponíveis até o final da tarde (pelo horário do Brasil), pelo menos 700 pessoas haviam morrido e 2,2 mil estavam feridas no território israelense, segundo o serviço nacional de resgate daquele país. Na Faixa de Gaza, o Ministério da Saúde palestino estimava ao menos 413 mortes e mais de 2 mil feridos devido às ações de retaliação.

Após declarar formalmente o status de guerra, Netanyahu alertou os cidadãos de seu país para um confronto "longo e difícil", reforçando expectativas de que os combates poderão durar semanas ou ainda mais tempo. Ao longo do domingo, o Exército israelense informou que ainda lutava para expulsar terroristas remanescentes de seu território, ao mesmo tempo em que manteve os bombardeios sobre alvos estratégicos e militares em Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de habitantes.

Ao anunciar a evacuação de moradores dos arredores da fronteira, Israel pode estar se preparando para uma ofensiva terrestre em solo inimigo — o que é visto por especialistas como uma operação de alto risco e possível elevado número de baixas entre militares e civis por conta da superpovoação e do terreno de difícil movimentação e favorável a emboscadas.

Os temores de que a escalada do conflito resulte em uma guerra regional mobilizaram governos locais e o Conselho de Segurança da ONU. Nos bastidores da política internacional, representantes do Egito, da Turquia e da Arábia Saudita iniciaram contatos diplomáticos para encontrar formas de reduzir as tensões no Oriente Médio e evitar a ameaça de que o conflito se propague além da fronteira entre Israel e Gaza. O governo chinês também fez um apelo por um cessar-fogo.

EUA enviam porta-aviões e caças a Israel
Se alguns países deram prioridade a esforços diplomáticos, os Estados Unidos confirmaram a disposição de apoiar de "todas as formas" o tradicional aliado israelense e deram início ao repasse de armamentos. Em ligação telefônica com Benjamin Netanyahu neste domingo, o presidente americano, Joe Biden, anunciou que "ajuda adicional chegará aos militares", segundo um comunicado oficial da Casa Branca. 

Biden se comprometeu com um "apoio total" ao povo e ao governo de Israel após os "ataques horríveis e sem precedentes dos terroristas do Hamas". O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin III, anunciou o envio, ainda no domingo, de um porta-aviões, caças e munições.

Outra frente de ação israelense é o esforço para resgatar a centena de cidadãos, entre militares e principalmente civis, que teriam sido raptados pelo Hamas e levados para esconderijos em Gaza. Perfis oficiais do governo em redes sociais divulgaram imagens e vídeos de mulheres, crianças e idosos sequestrados pelos terroristas desde o começo da ofensiva, no começo da manhã de sábado (pelo horário local).

Três brasileiros, segundo o Itamaraty, seguiam desaparecidos até o final da tarde de domingo — um deles é o gaúcho Ranani Glazer, 24 anos, nascido em Porto Alegre e radicado em Israel há cerca de sete anos.

— Não se sabe quem morreu, quem foi sequestrado. Há muita desinformação. Não há sinal de celular na área atacada, que está fechada pelo Exército. Há combates ainda na região — afirmou a GZH o irmão de Ranani, Rudy Glazer, desde Israel.

Na área da rave em que Glazer se encontrava quando começou o ataque do Hamas — a festa foi alvo de sequestros e atentados a tiros — foram localizados pelo menos 260 corpos. Não havia confirmação da presença de brasileiros entre eles até o domingo. 

O governo brasileiro usará seis aviões para buscar brasileiros que estão na região do conflito e querem voltar ao país. As primeiras operações de repatriação devem ocorrer entre segunda (9) e terça-feira (10), e deverão priorizar quem vive em solo brasileiro.

Fonte: GZH
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