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15/12/2023 | 14:31 | Esporte

Interferência na CBF pode tirar clubes brasileiros da Libertadores e Sul-Americana

Fifa e Conmebol indicaram através de uma nota possíveis punições

Fifa e Conmebol indicaram através de uma nota possíveis punições
Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF. - Mauro Pimentel / AFP

Fifa e a Conmebol demonstraram toda sua insatisfação com a decisão judicial que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A entidade que dirige o futebol brasileiro recebeu um comunicado, nesta quinta-feira (14), no qual indica possíveis punições, caso seja mantida a interferência na CBF. 

Segundo a nota, o Brasil ficará impedido de sediar qualquer evento internacional, as seleções não poderão participar de disputas e os clubes brasileiros não jogarão nenhum campeonato fora do país. Na prática, a intervenção fulminaria a candidatura para a Copa do Mundo Feminina em 2027, gera um grande prejuízo para a imagem do país no mundo e compromete toda cadeia produtiva do futebol brasileiro, ameaçando empregos no país.

Em 2022, a Fifa suspendeu a Índia por conta de uma decisão judicial que determinou uma intervenção semelhante a do Brasil na federação de futebol do país. Essa suspensão ameaçou a realização da Copa do Mundo Feminina lá, que só foi realizada na Índia porque a Suprema Corte do país acabou com a intervenção. Com isso, a Fifa revogou a suspensão. Outro país que foi suspenso por causa de uma intervenção judicial na federação de futebol foi a Nigéria, em 2014.

José Perdiz de Jesus falou pela primeira vez como interventor e presidente em exercício da entidade, na quarta-feira (13), ao emitir um comunicado, no qual afirmou que fará "mínima interferência desportiva". O dirigente teria 30 dias para realizar eleições na entidade, mas Fifa e Conmebol pediram que um novo pleito só ocorra após visita ao Brasil, prevista para janeiro.

"Nesse sentido, para fins de devida diligência e devido processo, a Fifa considera que nenhuma eleição deve ser convocada ou realizada até que uma delegação da FIFA e da CONMEBOL visite o Brasil em janeiro próximo para examinar a situação e discutir o assunto com as respectivas partes interessadas para relatar aos órgãos competentes da FIFA e permitir-lhes decidir sobre as ações necessárias a serem tomadas com o devido respeito aos Estatutos da CBF e à autonomia da associação membro", informou o comunicado.

Segundo a nota, Hélio Santos Menezes, Diretor de Governança e Compliance da CBF, seria a única pessoa autorizada a falar pela CBF no momento por ser o diretor mais velho. "Neste contexto, observe que nenhuma outra autoridade além desta pessoa responsável no sentido do Art. 64 dos Estatutos da CBF serão oficialmente reconhecidos pela Fifa e pela Conmebol", disse o documento.

Confira a nota da Fifa e Conmebol

A Fifa e a Conmebol gostariam de expressar a sua preocupação em relação a estes últimos desenvolvimentos e gentilmente lembrar a todas as partes interessadas relevantes que a CBF tem a obrigação legal de gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros (cf. art. 14 par. 1 i) e art. 19 dos Estatutos da Fifa). Neste contexto, informamos que, caso as ações tomadas pelas autoridades judiciais competentes sejam consideradas como constituindo interferência indevida no sentido dos Estatutos da Fifa e da Conmebol, a Fifa e a Conmebol não poderão ter outra alternativa de ação senão aplicar as sanções relevantes sobre CBF, e isto mesmo que esta não tenha tido culpa (cf. art. 14 par. 3 dos Estatutos da FIFA)

Fonte: GZH
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