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21/05/2024 | 05:20 | Geral

Morador do Vale do Taquari morre por leptospirose, doença transmitida pela urina de ratos

Vítima é do município de Travesseiro. Situações de enchentes aumentam o risco de casos.

Vítima é do município de Travesseiro. Situações de enchentes aumentam o risco de casos.
Contato com água de enchentes aumenta risco de leptospirose. Duda Fortes / Agencia RBS

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou, na tarde desta segunda-feira (20), a primeira morte por leptospirose na crise climática que afeta o Rio Grande do Sul desde o fim de abril. A vítima é um morador de Travesseiro, no Vale do Taquari. A amostra foi analisada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-RS), que recebeu o material nesta segunda.

A Prefeitura de Travesseiro informou à Rádio Gaúcha que a vítima é Eldo Goss, 67 anos, que morreu no Hospital Bruno Born, em Lajeado.

Segundo a SES, a morte ocorreu na sexta-feira (17), e a vítima começou a apresentar sintomas no último dia 9. A SES informou que o RS teve 19 casos confirmados da doença e 304 quadros suspeitos desde o início de maio. Antes do período de calamidade enfrentado pelo Estado – dados até 19 de abril –, haviam sido registados seis óbitos e 129 casos. Em 2023, foram 25 mortes e 477 registros confirmados.

O que é a doença e como se prevenir
A leptospirose é uma enfermidade infecciosa transmitida pela exposição direta ou indireta à urina de animais – principalmente ratos – infectados pela bactéria Leptospira. Situações de enchentes aumentam os casos. A doença apresenta risco de letalidade que pode chegar a 40% nos casos mais graves, segundo o Ministério da Saúde (MS).

A bactéria pode entrar no corpo humano por meio de cortes ou arranhões e através das mucosas, sobretudo a boca. Os sintomas mais comuns são a febre alta, dor muscular (principalmente na panturrilha), dor abdominal, icterícia (coloração amarelada na pele), calafrios, fadiga, diarreia, náuseas e vômito. Especialistas indicam que casos suspeitos devem imediatamente buscar assistência média. O período de incubação é de sete a 14 dias, mas alguns sinais podem levar até um mês para aparecerem.

Segundo o Ministério da Saúde, a evolução para quadros graves ocorre em 15% dos casos. A manifestação clássica da leptospirose nesse tipo de paciente é a síndrome de Weil, caracterizada pela chamada tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa - icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar.

As manifestações da leptospirose variam de formas assintomáticas até quadros graves que podem levar o paciente à morte. O diagnóstico é feito a partir da coleta de sangue no qual é verificado se há presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria (exame direto).

A limpeza da lama de enchentes deve ser feita com equipamento de proteção, pois a bactéria pode infectar superfícies como móveis, paredes e chão.  Para isso, deve-se usar luvas e botas de borracha e lavar o local com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400mL) de hipoclorito de sódio a 2,5%. A solução deve agir por 15 minutos.

Fonte: GZH
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