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04/06/2024 | 15:28 | Geral

Sindicato que representa locadoras estima perda de quase 4 mil veículos nas cheias

Segundo o presidente do Sindloc/RS, Adriano Goettems, cobrança é prevista em contrato e gira em torno de 10% do valor do carro

Entidade que representa cerca de 600 locadoras de veículos no Estado, o Sindicato das Empresas de Locação de Bens Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Sindloc/RS) ainda contabiliza prejuízos. A estimativa é de que em torno de quatro mil veículos tenham sido perdidos após a enchente que assolou o território gaúcho. 

São veículos que estavam nas próprias locadoras e em empresas e residências de clientes. Aliás, a entidade alerta: quem locou um veículo que acabou danificado na enchente poderá ter de arcar, contratualmente, com parte do prejuízo. 

Além de carros de passeio, o sindicato também representa empresas que alugam outros tipos de veículos, como os de maior porte.

Confira a seguir entrevista com o presidente do Sindloc/RS, Adriano Goettems. 

Dado da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) calcula em torno de três mil carros atingidos em Porto Alegre. Qual o balanço de vocês?

Eu acho que esse número supera um pouco. Eu diria que poderia chegar perto de 4 mil carros.

E a gente está falando de qual valor total? 

Se pegarmos um valor médio de veículo, na ordem de R$ 150 mil, estaríamos falando em R$ 600 milhões. 

O seguro cobre essa situação? 

Não, não cobre.

É um valor que vai ser absorvido pelas empresas? 

Sim, pelas empresas. As mais afetadas são as empresas e corporações maiores, como Localiza e Movida. Tem locadora que perdeu mais de mil carros. 

E as pessoas que estavam com carro alugado e o perderam, vão ter de arcar com algo? 

Elas terão uma participação econômica no dano. Algo como em torno de 10% do valor do veículo. 

Isso é previsto nesse contrato de locação? 

Contratualmente, sim.

Que estratégias estão sendo pensadas pela locadoras para tentar equacionar um pouco esse prejuízo? 

Esse prejuízo não tem como se reverter. O mercado de locações é dependente de voos regulares. O perfil das pessoas que locam carros são aquelas que estão em viagem, estão em trânsito. Essas pessoas não estão mais vindo ou é muito pequeno o número. O mercado vai ter uma retração forte até que o aeroporto Salgado Filho volte a operar normalmente.

Há fila de espera para alugar automóvel? 

Existia nos primeiros dias da enchente. Mas já está se normalizando. Existe disponibilidade de veículos. 

Não está faltando carro?

A concentração grande de locações se deu por veículos utilitários, veículos de carga, furgões. Aqueles que estavam auxiliando as pessoas na enchente, pessoas e empresas. Inclusive agora, na reconstrução. Nesse setor, existe realmente muita demanda por veículo utilitário, e o mercado não está conseguindo suprir nesse primeiro momento. A espera é coisa rápida, dois ou três dias, mais ou menos

Qual é a orientação para essas pessoas que precisam de carro e querem pegá-lo em Porto Alegre e devolver, por exemplo, no aeroporto de Florianópolis (SC)? 

Consegue, mas gera um custo. Se chama de "taxa de retorno". Ela acaba onerando. O que tem acontecido bastante são pessoas que locam o carro com o motorista para fazer esse transporte. Levá-las até, por exemplo, Florianópolis ou Passo Fundo. O motorista faz a viagem e depois retorna. 

Qual o valor da "taxa de retorno"? 

O valor se dá por quilômetro rodado na ordem de R$ 1,50 por quilômetro. Então, um carro, por exemplo, devolvido em Florianópolis gera uma taxa de retorno de R$ 750, que seriam 500 quilômetros.

Qual a estimativa de queda da receita das locações relacionadas ao turismo?

Pode chegar, facilmente, a 80%. 

Se considerarmos todo o bolo da receita das locadoras de veículos, o turismo é a principal fatia? 

Não, a maior fatia é a terceirização de frota. São locações mensais, locações fixas, que representam em torno de 70% da receita. São carros por aplicativo, carros por assinatura, terceirizações de frotas de empresas privadas e de empresas públicas. Essa fatia não mexe. A redução de 80% de fluxo se dá sobre 30% restantes da receita. 

Fonte: GZH
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