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31/07/2024 | 06:43 | Geral

Mulher criada em Israel descobre ser de Itajaí e vítima de tráfico infantil

As investigações apontam que Karinor foi vítima de uma rede criminosa especializada no tráfico de bebês durante a década de 1980

As investigações apontam que Karinor foi vítima de uma rede criminosa especializada no tráfico de bebês durante a década de 1980
Reprodução/Cidade Alerta

Em um desdobramento surpreendente que parece mais um roteiro de filme do que realidade, Karinor Ruimi, uma analista de tecnologia de 38 anos, descobriu que sua vida começou de maneira muito diferente do que ela imaginava. Criada em Israel, Karinor sempre acreditou ser israelense. No entanto, recentemente, ela descobriu ser originalmente de Itajaí, e vítima de um esquema de tráfico infantil ocorrido em 1986.

Esta descoberta veio após Karinor iniciar uma busca por suas origens biológicas há dois anos. “Eu comecei a verificar meus documentos, como a data de aniversário e o passaporte, e descobri que eram falsos,” contou Karinor em uma entrevista ao programa Cidade Alerta. Este questionamento a levou a uma jornada que revelou que não havia registro de seu nascimento no hospital indicado em seus documentos.

As investigações apontam que Karinor foi uma das muitas crianças vítimas de uma rede criminosa especializada no tráfico de bebês durante a década de 1980. Este esquema era liderado por Arlete Hilú, uma mulher que foi posteriormente condenada e presa por seus crimes, incluindo tráfico de crianças, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Hilú morreu em abril deste ano.

A rede envolvia profissionais de diversas áreas, incluindo médicos, cartórios e até autoridades judiciais, que facilitavam a remoção ilegal de crianças do Brasil. As crianças eram vendidas por valores entre US$ 3.500 e US$ 5.000, especialmente procuradas por suas características físicas, como serem brancas e de olhos claros.

O tráfico de crianças está longe de ser um caso isolado e perdura como uma chaga aberta na sociedade. Atualmente, tramita no Senado uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que busca tornar o crime de tráfico de crianças e adolescentes imprescritível, reconhecendo a gravidade e os impactos prolongados desses atos hediondos.

Enquanto Karinor continua sua busca por justiça e suas verdadeiras origens, o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas foi marcado por uma nova campanha da ONU, focada em acelerar os esforços para erradicar este crime horrendo, assegurando que “nenhuma criança fique para trás” nesta luta.

Fonte: ND+
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