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18/09/2024 | 06:32 | Polícia

Casal de atores suspeito de aplicar golpe do Pix falso durante enchente no RS é condenado

Jose Aldanísio Paiva da Silva e Regina Jorge Belo da Fonseca teriam usado identidades falsas para abrir contas em bancos e receber doações de valores que deveriam ser destinados ao resgate de animais vítimas da cheia

Jose Aldanísio Paiva da Silva e Regina Jorge Belo da Fonseca teriam usado identidades falsas para abrir contas em bancos e receber doações de valores que deveriam ser destinados ao resgate de animais vítimas da cheia
Durante buscas na residência do casal, a polícia localizou documentos e cartões com identidades adulteradas. Polícia Civil / Divulgação

A Justiça condenou um casal de atores do Ceará a seis anos e oito meses de reclusão por aplicar o golpe do Pix falso durante a enchente que atingiu o Rio Grande do Sul entre maio e junho. Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Jose Aldanísio Paiva da Silva e Regina Jorge Belo da Fonseca teriam usado identidades falsas para abrir contas em bancos e receber doações de valores que deveriam ser destinados ao resgate de animais vítimas da cheia.

A decisão, assinada pelo juiz Paulo Augusto Oliveira Irion, na segunda-feira (16), prevê o cumprimento da pena em regime inicial semiaberto.  Os réus, que estão presos, responderão em liberdade pelos crimes de falsificação de documento públicouso de documento falso e estelionato mediante fraude eletrônica.

Nas redes sociais, Regina se apresenta como criadora de conteúdo digital, atriz e apresentadora. Ela acumula mais de 27 mil seguidores. Já José Aldanísio se define como ator e recitador.

Moradores de Fortaleza, o casal foi alvo de uma operação da Polícia Civil em 13 de junho, quando os dois foram presos em casa. A investigação apontou que o homem e a mulher abriram contas em diversos bancos utilizando documentos falsos. Essas contas foram utilizadas para a criação de centenas de chaves Pix semelhantes às chaves usadas por projetos verdadeiros de doações, incluindo as de resgates de animais atingidos pelas enchentes.

Os acusados criavam chaves com um dígito diferente das campanhas reais e recebiam as doações sempre que houvesse algum erro de digitação por parte do doador. A polícia identificou mais de 200 chaves criadas pelo casal.

Durante o interrogatório, ambos confessaram ter praticado os crimes e se disseram arrependidos. Segundo eles, o valor acumulado com o golpe chegou a R$ 6 mil.

Investigação

As investigações tiveram início após denúncias recebidas de duas protetoras de animais que observaram desvios de doações que estavam ocorrendo a partir de chaves Pix semelhantes àquelas utilizadas em suas campanhas. Os valores arrecadados pelas voluntárias eram destinados a cuidados dos pets resgatados. A polícia obteve a quebra de sigilo bancário e telefônico dos investigados, identificando, assim, a fraude.

Durante as buscas na residência do casal, a polícia localizou diversos documentos e cartões com identidades adulteradas. O casal foi preso no âmbito de uma apuração do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), durante a Força-Tarefa Cyber, montada para combater estelionatos e fake news envolvendo as inundações que atingiram o Estado.

Contraponto

Procurado pela reportagem, o advogado Wladimir Albuquerque D’Alva, que representa o casal, informou que a defesa vai recorrer da sentença.

Fonte: GZH
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