05/02/2025 | 06:02 | Polícia
Espingarda de pressão supostamente usada no crime foi apreendida após a operação
O suspeito de matar a cadela Mel, em Gravatal, no domingo (2), por volta das 22h20, foi identificado pela Polícia Civil. O homem de 36 anos foi interrogado nesta terça-feira (4) na Delegacia de Polícia Civil. A operação também resultou na apreensão de uma espingarda e um revólver de ar comprimido. Mel tinha 10 anos e era considerada dócil. Familiares e vizinhos ficaram inconsoláveis com o ocorrido.
O autor dos disparos foi localizado após inúmeras evidências. Ele reside próximo ao local do crime, era vizinho dos proprietários da pet. O Delegado Willian Antônio Meotti, que preside as investigações, representou pela busca e apreensão da espingarda na casa do suspeito. O parecer do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), também foi favorável e o magistrado da comarca de Armazém acatou o pedido.
Conforme o escrivão da Polícia Civil de Gravatal, Walker Mendes Cardoso, foi um crime bárbaro que ceifou a vida de uma cachorrinha de 10 anos. "A família voltava de um evento religioso e ao abrir o portão eletrônico, a cadela ficou do lado de fora. Minutos depois foi alvejada com o disparo. AS câmeras de segurança registraram tudo. A pet recebeu os cuidados de um médico veterinário, mas não resistiu e veio a falecer", conta.
Walker pontua que a Polícia Militar atendeu a ocorrência e juntamente com a Polícia Civil, Polícia Científica e o Setor de Perícias Veterinárias de Florianópolis buscaram solucionar o caso. "Com a apuração solicitamos a busca e apreensão das armas de fogo na casa do suspeito. Ele possui vários antecedentes criminais e na residência foi encontrada uma caixa de espingarda de pressão. Posteriormente, fomos à casa de praia e aprendemos duas armas", explica.
Ele confessou a autoria do crime, porém não foi preso em flagrante. O homem deve ser indiciado por maus-tratos aos animais. Segundo Walker o inquérito está muito robusto. "Difícil quem não tem um pet. Acredito que a identificação e o indiciamento é uma resposta à altura", observa.
Maltratar animais é crime no Brasil, conforme a Lei nº 9.605/1998, a qual prevê sanções penais e administrativas, com penas que variam de três meses a um ano de detenção, além de multa. Para maus-tratos a cães e gatos, a Lei nº 14.064/2020 aumenta a pena para reclusão de dois a cinco anos. A Resolução CFMV nº 1236/2018 define crueldade, abuso e maus-tratos, destacando a responsabilidade de veterinários e zootecnistas em identificar e denunciar esses atos, e inclui orientações sobre práticas como eutanásia e transporte de animais, sempre visando minimizar o sofrimento.
A Teoria do Elo estabelece uma conexão entre a violência contra animais e contra humanos. Estudos mostram que pessoas que cometem crueldade contra animais têm maior probabilidade de praticar crimes violentos, como abuso infantil e violência doméstica. No Brasil, 71% dos agressores de animais também cometem crimes contra humanos. Este dado destaca a importância de combater a crueldade animal como uma estratégia de prevenção à violência mais ampla na sociedade. Ao denunciar maus-tratos não protegemos apenas os mais vulneráveis, mas também ajudamos a prevenir a violência contra humanos.
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