O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não
descarta a investigação, pela Policia Federal (PF), do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC). O sociólogo é suspeito de usar ilegalmente uma empresa no
exterior para pagar pensão a uma jornalista, com quem teve um relacionamento extra-conjungal duradouro. Ela vivia fora do país.
Nesta sexta-feira
(19), durante vistoria de segurança de evento-teste da Olímpíada de 2016, no Rio de Janeiro, o ministro disse que, antes de decidir abrir ou não um
inquérito, os órgãos do governo vão analisar se há indício de delito contra FHC. Ele explicou que o procedimento é padrão e antecede
qualquer investigação da PF.
"Isso passará por um estudo técnico e jurídico, todos aspectos que envolvem uma
situação de ocorrerem eventuais delitos. Obviamente, havendo indícios de delitos puníveis, de competência federal, seguramente a Polícia Federal
fará investigação por meio de inquérito policial", disse.
"Isso não vale apenas para o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, mas vale para todos brasileiros. Se houver indício de prática criminosa, dentro de situações que são eventualmente puníveis, tudo
será absolutamente investigado" completou o ministro da Justiça.
Ao esclarecer sobre os procedimentos da PF, o ministro aproveitou para rebater
acusações de intervenção na instituição. "Volta e meia sou acusado pelos adversários de não controlar a Polícia Federal
ou de instrumentalizá-la. Então, seguramente, quero dizer a vocês, pouco importa para mim se pessoas vinculadas à base governista, aos partidos que mantêm
boa relação com o governo ou oposicionistas, é o mesmo procedimento. Sem a busca de factóides, sem a busca de exposição da imagem",
acrescentou.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, a jornalista Mirian Dutra, que teve uma relação com FHC nos anos 1980 e 1990, disse que
a empresa Brasif S.A Exportação e Importação repassava a ela e a seu filho recursos no exterior por ordem do ex-presidente. Ela afirmou que as
transferências foram feitas por meio de um contrato fictício de trabalho. Em entrevistas à imprensa, o ex-presidente nega que tenha usado a empresa para fazer
repasses destinados a Mirian.