No primeiro pronunciamento após a delação dos donos da JBS, o presidente
Michel Temer foi taxativo ao afirmar que não renunciará. Pressionado por aliados e pela oposição ao longo desta quinta-feira (18) para deixar o Planalto, o
peemedebista refutou a possibilidade e pediu investigação “plena” da suspeita de ter autorizado a
compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Não renunciarei. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro", afirmou
Temer (ouça o pronunciamento abaixo).
O pronunciamento durou cerca de cinco minutos, no segundo piso do Planalto, no mesmo espaço no qual Temer deu posse
aos seus ministros em maio do ano passado. O presidente chegou acompanhado de líderes da base e de ministros. Em tom ríspido, Temer tentou controlar a emoção e,
por vezes, bateu o punho no púlpito pra enfatizar suas palavras.
"Não temo nenhuma delação, não preciso de cargo publico nem
de foro especial, nada tenho a esconder, sempre honrei o meu nome", afirmou.
Temer negou que tenha concordado em comprar o silêncio de Cunha, conforme
indica a delação do empresário Joesley Batista, que gravou conversa que teve com o presidente em março, no Palácio do Jaburu.
"Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado, não comprei o silencio de ninguém", destacou Temer.
O Supremo Tribunal Federal já autorizou a abertura de inquérito para investigar o presidente, que afirmou ter pedido acesso ao conteúdo das
gravações de Joesley. Temer garantiu que seguirá no cargo para manter o esforço empreendido em favor da recuperação da economia.
"Quero deixar muito claro, dizendo que o meu governo viveu nesta semana seu melhor e seu pior momento (...) Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito em
prol do país", disse.