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02/06/2023 | 05:29 | Geral

RS registra 43 mortes por dengue, 33% a menos do que o mesmo período de 2022; Noroeste concentra um terço dos óbitos

Apesar da redução, cidades da região tiveram 15 mortes nos cinco primeiros meses do ano, segundo estatísticas da Secretaria da Saúde

Apesar da redução, cidades da região tiveram 15 mortes nos cinco primeiros meses do ano, segundo estatísticas da Secretaria da Saúde
Ao todo, 22 municípios gaúchos tiveram vítimas fatais devido à dengue em 2023 - Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

O Rio Grande do Sul alcançou nesta quinta-feira (1º) 43 mortes por dengue segundo dados da Vigilância Sanitária. O número é 33,8% menor do que o mesmo período do ano passado, na Semana Epidemiológica 22. Há um alerta, apesar da redução. Mais de um terço das 43 mortes ocorreu na região Noroeste. A cidade com mais óbitos devido à doença é Ijuí, com oito vítimas fatais. 

De acordo com levantamento realizado pela reportagem de GZH, das 43 mortes por dengue no Rio Grande do Sul, mais de um terço (34,8%) ocorreu na região Noroeste. Foram 15 mortes registradas em quatro cidades: Ibirubá, Ijuí, Jóia e Selbach.

Ao todo, 22 municípios gaúchos tiveram vítimas fatais devido à dengue em 2023 (veja abaixo). Depois de Ijuí, a cidade com o maior número de vítimas fatais é Ibirubá, também no Noroeste, com cinco óbitos. Em terceiro lugar, Porto Alegre e Encantado, no vale do Taquari, estão empatadas, com quatro mortes cada em decorrência da doença.

Cátia Favreto, responsável pelo Programa de Arboviroses do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), afirmou que não há uma causa específica para as mortes por dengue na região Noroeste.

— O que podemos dizer é que Ijuí é o município com o maior número de mortes e casos confirmados este ano. Foram mais de 2,6 mil confirmações. Além disso, podemos afirmar que a região Noroeste do Estado sempre mantém a circulação de casos de dengue na série histórica — explica.

Os 43 óbitos ocorreram em: Bento Gonçalves (1), Encantado (4), Estrela (1), Gramado (1), Ibirubá (5), Ijuí (8), Jaguari (1), Jóia (1), Lajeado (1) , Lindolfo Collor (1), Morro Reuter (1), Muçum (1), Não-Me-Toque (2), Nova Alvorada (1), Novo Barreiro (1), Passo Fundo (1), Porto Alegre (4), Roca Sales (2) Santa Maria (3), Selbach (1), Sinimbu (1), Travesseiro (1).

O secretário de saúde de Ijuí, Márcio Strassburger, declarou que o município tem enfrentado a doença desde o ano passado, mas não tem conseguido conter o número de casos.

— Foram realizadas diversas ações de vistoria, limpeza e aplicação de inseticidas, além da abertura de um serviço específico para atendimento de pacientes com sintomas de dengue e ampliação dos horários de funcionamento das unidades de saúde — enfatiza.

Strassburger também informou que o atual período é de baixa de casos novos.

— Já passamos pela pior fase e agora estamos organizados para atender as demandas vinculadas as doenças respiratórias — declara o secretário.

A primeira morte em Ijuí, cidade com pouco mais de 83 mil habitantes, foi confirmada em 13 de abril. Tratava-se de um homem de 99 anos, que possuía comorbidades e havia falecido no dia anterior. O último óbito registrado na cidade também foi de um homem, desta vez com 69 anos e com doença prévia em 22 de maio. A confirmação ocorreu na segunda-feira, 30 de maio.

Nesta quinta-feira (1º), o Estado registrou mais três mortes e chegou a 43. Conforme a Secretaria Estadual da Saúde (SES), os óbitos confirmados são de um homem de 70 anos, morador de Santa Maria, com comorbidade, no dia 25 de maio, e de duas mulheres. Uma delas, de 88 anos, era residente em Ijuí e faleceu também no dia 25 de maio. Já a outra, segundo a SES, era moradora do município de Não-Me-Toque e tinha 87 anos. Ela morreu na última terça-feira (30).

Até o momento, o Rio Grande do Sul registrou 19.457 casos de dengue em 2023, sendo 17.777 casos autóctones, ou seja, contraídos dentro do próprio Estado. As autoridades estaduais reforçam a importância de procurar atendimento médico nos serviços de saúde assim que os primeiros sintomas aparecerem, a fim de evitar complicações e óbitos.

Os sinais de alerta são febre alta (39°C a 40°C) com duração de dois a sete dias, dor atrás dos olhos, na cabeça, no corpo e nas articulações, náuseas e vômitos, diarreia e manchas vermelhas na pele, com ou sem coceira.

Segundo as autoridades, é essencial adotar medidas de prevenção, como a limpeza e revisão das áreas internas e externas das residências, além da eliminação de água parada, para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O uso de repelente também é recomendado.

Número de mortes por Região do Estado:

Noroeste (15): Ibirubá (5), Ijuí (8), Jóia (1), Selbach (1).

Vale do Taquari (10): Encantado (4), Estrela (1), Lajeado (1), Muçum (1), Roca Sales (2), Travesseiro (1)

Norte (5): Não-Me-Toque (2), Nova Alvorada (1), Novo Barreiro (1), Passo Fundo (1)

POA e Região Metropolitana (4): Porto Alegre (4)

Região Central (4): Jaguari (1), Santa Maria (3),

Serra (2): Bento Gonçalves (1), Gramado (1)

Vale do Sinos (2): Lindolfo Collor (1), Morro Reuter (1),

Vale do Rio Pardo (1): Sinimbu (1)

Fonte: GZH
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