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06/07/2023 | 10:54 | Geral

Venda de veículos novos aumenta em junho no RS, impulsionada por programa nacional de incentivo

Emplacamentos cresceram 4,09% ante maio. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, alta encosta em 30%

Emplacamentos cresceram 4,09% ante maio. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, alta encosta em 30%
Mais de 9 mil veículos foram emplacados no Rio Grande do Sul no mês passado - Neimar De Cesero / Agencia RBS

A venda de veículos novos no Rio Grande do Sul voltou a apresentar avanço no Estado em junho, mês que contou com incentivo do governo federal para o setor. Foram emplacados 9.364 automóveis e comerciais leves no Estado no sexto mês do ano. O montante representa alta de 4,09% ante maio e de 29,89% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o salto é de 20,48%, com 47.852 emplacamentos. Os dados são da Fenabrave/Sincodiv-RS, entidade que representa concessionárias e distribuidoras no Estado.

O presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS, Paulo Siqueira, afirma que o programa do governo federal teve papel importante no avanço observado em junho. O benefício para alguns modelos de veículos de entrada aumentou a circulação de compradores nas concessionárias, segundo o dirigente:

— Provocou um grande afluxo de consumidores. E a maioria deles foi realmente para comprar o automóvel. As concessionárias tiveram grande dificuldade em atender essas pessoas, com casos onde foi necessário gerar senhas, listas de espera por causa do grande número de interessados no desconto.

Os R$ 500 milhões destinados aos automóveis dentro do incentivo federal esgotaram-se rapidamente e o governo ampliou esse valor na semana passada. No entanto, abriu a oferta para pessoas jurídicas nessa segunda etapa. Com isso, interessados em adquirir veículos com desconto ainda encontram modelos dentro do programa no Estado, mas em menor número e com menos variedade, segundo Siqueira.

Em relação aos avanços robustos na comparação anual e de acumulado do ano, o presidente da entidade afirma que eles ocorrem sobre uma base fraca do primeiro semestre do ano passado, marcado por período de maior dificuldade nas vendas.

O professor Antônio Jorge Martins, coordenador de cursos na área automotiva da Fundação Getulio Vargas (FGV), afirma que, além do incentivo do governo federal, ações das concessionárias e mudança de comportamento de compradores na véspera do anúncio do governo também respingaram na melhora observada no mês passado:

— Primeiro, algumas pessoas deixaram de comprar veículos na segunda metade de maio. Segundo ponto, teve bônus por parte de montadoras e concessionárias. E em terceiro lugar teve o programa do governo.

A alta mensal em junho foi menor do que a observada em maio contra abril. O presidente do Sincodiv afirma que desregulação das vendas após períodos de baixa mais intensa, base de comparação mais forte e antecipação de bônus por parte das concessionárias ajudam a explicar esse movimento.

Próximos meses
No âmbito nacional, a venda de automóveis e comerciais leves ficou em 179.691 em junho — alta de 8,02% ante maio. No acumulado do ano, a alta é de 9,76%. No recorte de junho contra junho o salto é de 8,61% (veja mais no gráfico).

O coordenador de cursos na área automotiva da FGV afirma que o benefício do governo ao setor é pontual e limitado. Por mais que tenha auxiliado o setor em junho, não tem força para garantir uma melhora estrutural de médio e longo prazo.

— Não tem o cunho de resolver de uma forma geral os problemas do setor. É muito mais na linha de atendimento a um problema pontual que existe no segmento, por parte de algumas montadoras que estão com estoque muito significativo, que penaliza o desempenho.

O presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS afirma que a perda de poder aquisitivo do consumidor, juro alto e inflação que atinge as montadoras são problemas que ainda travam o setor. A reversão desses processos nos próximos meses é fundamental para uma melhora nas vendas, segundo o dirigente.

Incentivo do governo
- O programa previa desconto de R$ 2 mil até R$ 8 mil no preço final de carros de até R$ 120 mil.

- A primeira fase da ação disponibilizou R$ 500 milhões para automóveis, mas os recursos esgotaram-se rapidamente.

- Na semana passada, o governo ampliou os valores com aporte de mais R$ 300 milhões. No entanto, metade desse valor será reduzido via impostos, segundo apuração do jornal Valor Econômico. Portanto, o montante subiu de  R$ 500 milhões para R$ 650 milhões na prática.

- Até a última segunda-feira (3), R$ 560 milhões (86,15%) já haviam sido utilizados, segundo dados de painel do governo federal.

Fonte: GZH
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