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30/11/2023 | 08:11 | Geral

Sete anos após acidente com voo da Chapecoense, famílias seguem em busca de indenização de R$ 4,1 bilhões

Defesa tenta que seguradora pague os valores decididos pela Justiça. Em 29 de novembro de 2016, avião que levava time da Chapecoense caiu na Colômbia, deixando 71 mortos.

Defesa tenta que seguradora pague os valores decididos pela Justiça. Em 29 de novembro de 2016, avião que levava time da Chapecoense caiu na Colômbia, deixando 71 mortos.
Flores colocadas no gramado da Arena Condá em 29 de novembro - Alessandra Seidel/ACF

Sete anos após o acidente com o voo da Chapecoense, que matou 71 pessoas nas proximidades de Medellín, na Colômbia, famílias das vítimas seguem na busca por indenização. O advogado Marcel Camilo, que representa nove delas, diz que houve uma decisão judicial para o pagamento de U$ 844 milhões, o equivalente a mais de R$ 4,1 bilhões, mas que o valor ainda não foi pago.

O g1 entrou em contato com a Tokio Marine Klin, que é ré no processo, e não havia obtido retorno até a última atualização desta reportagem.

A ação que resultou na indenização de US$ 844 milhões corre em Miami, no Estados Unidos. A decisão é de 2020.

Como a companhia aérea envolvida no acidente, a LaMia, negociou a compra do combustível e o seguro do voo na cidade americana, o processo foi aberto na Justiça desse local. Houve um acordo entre a empresa aérea e as famílias das vítimas, que resultou na indenização.

Porém, o valor ainda não foi pago. O advogado Marcel Camilo diz que o processo está na fase de cobrança, em que a defesa das famílias tentam que as seguradoras paguem a indenização. "Estamos cobrando o acordo homologado", resume.

No passado, outras famílias já receberam indenizações de um fundo humanitário ligado à seguradora, conforme o advogado. "Quem recebeu, teve que abrir mão dos processos [judiciais]. Houve também as ações trabalhistas da Chapecoense. A própria Chapecoense quem pagou", diz o advogado.

A ré do processo é a Tokio Marine, junto com outras 11 resseguradoras.

O ex-jogador da Chapecoense Neto, que sobreviveu à queda do avião, é um dos que busca a indenização.

"Depois de sete anos de que um acidente aconteceu, a gente vai ver a nossa luta como uma luta contínua. Em relação aos processos jurídicos de forma geral, a gente luta para que todas as famílias, de alguma forma, tenham um alívio da sua dor. A dor vai permanecer porque nada substituiu a vida. A gente sabe que tudo é muito demorado, o pagamento das indenizações em meio a tudo que aconteceu", disse.

O que aconteceu no dia do acidente?
Em 29 de novembro de 2016, o avião que levava a delegação da Chapecoense para a partida de ida da final da Copa Sul-Americana, na Colômbia, caiu nas proximidades de Medellín. A aeronave transportava jogadores, comissão técnica, dirigentes e jornalistas.

Em 2018, a Aeronáutica Civil da Colômbia concluiu a investigação e confirmou que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz, na Bolívia, e a Colômbia. O acidente ocorreu por esgotamento de combustível como consequência da falta de gestão de risco apropriada pela LaMia. Sem o combustível, os motores pararam de funcionar, e o avião planou até cair.

Fonte: G1
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