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05/12/2023 | 16:47 | Geral

Economia desacelera e PIB do 3º trimestre sobe 0,1%

Resultado é fruto da queda de 3,3% na agropecuária e alta contida de 0,6% na indústria e nos serviços

O leve avanço do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que variou 0,1% no terceiro trimestre de 2023 (frente ao segundo trimestre deste ano), reflete o que o mercado antecipava: a economia do país está em processo de estagnação. Frente ao mesmo trimestre de 2022, entretanto, a alta é de 2% e no acumulado de quatro trimestres, encerrados em setembro de 2023, o crescimento é de 3,1%. No ano, o avanço fica em 3,2%. 

Em valores correntes, o PIB no terceiro trimestre de 2023 totalizou R$ 2,741 trilhões. Na composição, R$ 2,387 trilhões são referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 353,8 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. 

O desempenho é fruto de uma esperada queda na agropecuária que recuou 3,3% e alta contida de 0,6% nos serviços e na indústria. 

Diante dos números, entre os economistas, há os que consideram o resultado uma surpresa. É o caso do Economista chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank, que aponta números acima das estimativas. Ele destaca que o mercado esperava por uma queda entre 0,2% e 0,5%, mas a Indústria e Serviços superaram indicadores setoriais na dinâmica apontada pelo IBGE.

Apesar da análise, Frank destaca que, mesmo no campo positivo, o PIB reforça um cenário de desaceleração. E lembra: No primeiro trimestre, houve um choque positivo, justamente daqueles setores considerados “não-cíclicos”. Esse é o caso, sobretudo da agropecuária, que na ocasião turbinou a performance com uma safra recorde.

O efeito agro

Diferentemente da indústria e dos serviços, cuja produção é regular o ano todo, o agronegócio tem época para plantar e para colher. É o que faz com que o segmento impulsione mais ou menos a atividade econômica nacional.

Por essa razão, o economista André Perfeito afirma que, na prática, a retração do agro não representa uma queda de fato. E explica: na comparação anual o setor sobe robustos 8,77%.

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz acrescenta que em quatro trimestre o setor avança 14,4%, o que até para o grande motor da atividade nacional é algo fora da curva. Os dados elevados, comenta da Luz, tornam natural o arrefecimento do terceiro trimestre, uma vez que a maior parte da safra entra efetivamente nos cálculos do segundo trimestre.

A má notícia: diferentemente do que ocorreu até o momento, o setor não deverá ajudar o PIB dos próximos três mêses e que encerram o ano.

— Pelo contrário, o resultado deve ser ruim por conta da baixa produção das lavouras de inverno, em razão dos problemas climáticos registrados até o momento — projeta o economista da Farsul.

Fonte: GZH
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