Logomarca Paulo Marques Notícias

15/12/2023 | 04:55 | Política

Governo Milei alerta para ''consequências'' em caso de manifestações com bloqueios de ruas

Anúncio ocorre a menos de uma semana dos atos para relembrar a crise econômica e os protestos de 2001, que deixaram 38 mortos devido à repressão policial

Anúncio ocorre a menos de uma semana dos atos para relembrar a crise econômica e os protestos de 2001, que deixaram 38 mortos devido à repressão policial
Anúncio ocorre no quarto dia de governo de Javier Milei, que tomou posse no domingo. - Cezaro De Luca / AFP

Manifestações que impeçam a circulação terão "consequências", advertiu, nesta quinta-feira (14), o governo do ultraliberal Javier Milei durante o anúncio de um "protocolo antipiquete" que endurece medidas de ordem pública na Argentina.

— As ruas não se tomam... Se tomarem as ruas, vai haver consequências. Vamos colocar ordem no país para que as pessoas possam viver em paz — disse em coletiva de imprensa a ministra de Segurança, Patricia Bullrich.

O anúncio ocorre no quarto dia de governo de Milei, que tomou posse no domingo (10), e a menos de uma semana das manifestações para relembrar a crise econômica e os protestos de 2001, que deixaram 38 mortos devido à repressão policial.

— Vivemos muitos anos em prisão sob uma desordem total e absoluta — insistiu  Patricia Bullrich, que, segundo a imprensa, anunciou um plano similar quando exerceu o mesmo cargo no governo do direitista Mauricio Macri (2015-2019).

A ministra disse que todas as forças federais poderão atuar e que se empregará "a mínima força necessária e suficiente" em caso de piquetes, que "será graduada em proporção à resistência", e adiantou que a força pública poderá requisitar "material" para manifestações como "cacetetes" e verificar a identidade de pessoas encapuzadas.

Milei, um libertário de 53 anos, advertiu contra os piquetes e manifestações, parte do DNA da Argentina, um país com fortes movimentos sindicais e sociais.

— Quem bloqueia ruas não recebe (os benefícios sociais) — disse no domingo, ao assumir o poder. 

— Vamos agir até deixar totalmente liberado o espaço de circulação — acrescentou a ministra, anunciando "sanções para aqueles que levem crianças" a protestos, que segundo o governo são usados como "escudos" contra a força pública.

Também advertiu que "todos os custos vinculados às operações de segurança serão enviados às organizações ou indivíduos responsáveis", uma vez que "o Estado não vai pagar pelo uso da força de segurança".

Há dois dias, o governo anunciou um primeiro pacote de medidas de ajuste econômico, que inclui uma desvalorização de 50% da moeda local e cortes dos subsídios à energia e ao transporte público. Essas medidas, junto com uma taxa de inflação interanual que supera os 160%, impactarão o poder aquisitivo dos argentinos.

Fonte: GZH
Mais notícias sobre POLÍTICA