21/12/2023 | 05:15 | Política
Prevendo possíveis manifestações, na semana passada um rigoroso protocolo foi anunciado pela ministra de Segurança, Patricia Bullrich; medidas incluem punição a quem bloquear vias
O primeiro grande protesto contra o governo do novo presidente da Argentina, Javier Milei, que acontece nesta quarta-feira (20), em Buenos Aires, teve confrontos entre manifestantes e policiais. As informações são do portal g1.
O clima de tensão aumentou após os agentes de segurança tentarem desobstruir as ruas, levando os manifestantes para a calçada. A ação dos agentes segue o rigoroso protocolo de segurança contra protestos anunciado pelo governo na semana passada.
Historicamente, grupos sociais se reúnem nesta data para relembrar o massacre da Praça de Maio. Mas este ano as marchas visam se opor às medidas econômicas anunciadas pelo novo governo, como o pacote de corte de gastos e redução de benefícios.
Prevendo possíveis manifestações, na semana passada um rigoroso protocolo foi anunciado pela ministra de Segurança, Patricia Bullrich. As medidas preveem punição a quem bloquear vias e autoriza a polícia a reprimir tais atos. Também foram anunciados cortes de benefícios sociais a quem for flagrado por câmeras de reconhecimento facial fechando vias nas marchas.
A mobilização reúne cerca de 35 organizações sociais de esquerda da Argentina e é liderada pela organização trotskista Polo Obrero, cujo presidente, Eduardo Belliboni, fez a convocatória antes mesmo da posse de Javier Milei. O ativista e prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel prometeu participar da mobilização, bem como sindicatos e grupos peronistas.
Históricos movimentos como o Movimiento Evita e Somos Barrios de Pie, que possuem grande poder de mobilização, decidiram não participar.
Entre as medidas do protocolo estão:
Esta quarta, a pasta de Bullrich reforçou as regras do protocolo e destacou que: estão proibidas as interrupções de vias, o uso de máscaras ou qualquer coisa que cubra o rosto, o uso de ferramentas com ou sem corte, não está permitida a presença de crianças e adolescentes.
Nas redes sociais, o Ministério Público da Defesa da Cidade de Buenos Aires divulgou um número de telefone ao qual os argentinos podem recorrer em caso de "violência institucional" durante as marchas.