10/01/2024 | 16:48 | Geral
De Palmeira das Missões, Agrofel encontrou nas águas alternativa que veio para ficar na movimentação da safra
Foi ao transformar um gargalo logístico em oportunidade que a gaúcha Agrofel atracou em terminal portuário privado de Canoas, na Região Metropolitana. O projeto deu tão certo que a empresa, criada há quase cinco décadas em Palmeira das Missões, decidiu manter e ampliar o uso desse modal para o escoamento da produção. Diretor de Logística da marca, Vicente Bittencourt explica que a estimativa é movimentar um volume de grãos seis vezes maior em 2024 por meio desse ponto — até porque as estimativas apontam uma safra cheia.
— Vamos seguir com o plano, utilizando a parceria com o terminal privado, mas estamos trabalhando, de forma incipiente ainda, com um projeto para ter um próprio — acrescenta Bittencourt.
Com escoamento via rodovias e ferrovia, a Agrofel decidiu apostar nas hidrovias a partir de uma dificuldade logística. No ano passado, como o Estado teve uma redução de safra por conta da estiagem, o espaço "ocioso" no porto de Rio Grande acabou sendo ocupado por outras regiões do país. Cerca de 35% da produção exportada pelos terminais tinha origem em outros Estados, sobretudo os do Centro-Oeste. Com isso, os caminhões acabaram "migrando" para fazer o frete até e desses locais.
— Isso gerou gargalos e nos levou a pensar em como fugir desse modal. Temos três terminais rodoferroviários, mas não eram suficientes. Fizemos estudo e nas regiões do Vale do Rio Pardo, Planalto e parte da Leste fazia muito sentido destinar para o terminal hidroviário em Canoas — conta o diretor de Logística sobre a escolha do ponto de embarque.
Os produtos originados nessas regiões são os que têm a "perna menor" de frete até Canoas, acrescenta. Foram movimentados pela hidrovia soja e trigo. Só de soja, foram mais de 10 mil toneladas. A expectativa, neste ano, é de aumentar, no mínimo, seis vezes essa quantidade. Cada navio que atraca no terminal tem capacidade, em média, de cerca de 4 mil toneladas. Volume que precisaria de 120 a 130 caminhões para ser transportado.
A alternativa, garante Bittencourt, deu fluxo à operação e "é uma opção sustentável", não só na redução da emissão de poluentes". Desobstruiu a ocupação e é "extremamente competitiva" em termos de custos, acrescenta.
A Agrofel atua na distribuição de insumos agrícolas, originação e recebimento de grãos e serviços financeiros. Tem uma capacidade estática de armazenar 830 mil toneladas de grãos e soma 53 unidades no Estado, e mais de 800 colaboradores.
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