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07/09/2024 | 04:58 | Política

Lula demite Silvio Almeida do Ministério dos Direitos Humanos após denúncias de assédio

Comunicado do Planalto afirmou que o "presidente considera insustentável a manutenção" no cargo após as acusações. Polícia Federal abriu protocolo inicial de investigação sobre o caso

Comunicado do Planalto afirmou que o
Silvio Almeida comandava a pasta dos Direitos Humanos desde janeiro de 2023. Miguel SCHINCARIOL / AFP

ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado do cargo. A demissão acontece após a divulgação de que ONG Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra ele.

 

Silvio Almeida estava no cargo desde o início do terceiro mandato do presidente Lula, em janeiro de 2023.

Comunicado divulgado pelo Palácio do Planalto afirma que "o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual" (leia íntegra abaixo).

A nota diz ainda que a Polícia Federal abriu "protocolo inicial de investigação sobre o caso" e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República "também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos".

O comunicado diz ainda que "nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada".

A exoneração de Almeida foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União que circulou na noite de sexta. O decreto com a oficialização da demissão ocorreu minutos depois da confirmação, pelo Palácio do Planalto, da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As acusações

Na quinta-feira (5), uma reportagem do site Metrópoles afirmou que Almeida foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres. Em nota, a ONG confirmou a informação.

"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico", diz o comunicado.

"Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa", acrescenta o texto.

Um dos casos, segundo o Metrópoles, envolveria uma colega de Almeida na Esplanada, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. A reportagem afirma que o assédio teria ocorrido ao longo do ano passado por meio de toques nas pernas, beijos inapropriados e expressões chulas, com conteúdo sexual.

Anielle usou as redes sociais para se manifestar após a demissão de Almeida. Ela disse não ser "aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência".

"Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência", diz a ministra da Igualdade Racial em publicação.

Silvio Almeida ainda não se manifestou após a demissão. Na noite de quinta, ele disse repudiar "com absoluta veemência" as acusações, às quais ele se referiu como "mentiras" e "ilações absurdas" com o objetivo de prejudicá-lo. Ele confirmou que encaminhou ofícios à Controladoria-Geral da União (CGU), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à PGR "para que façam uma apuração cuidadosa do caso".

Comunicado do Planalto 

Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania.

O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual.

A Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos.

O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

Categoria

Comunicações e Transparência Pública

Fonte: GZH
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