17/12/2024 | 18:27 | Polícia
Intitulada El Presidente, ofensiva mirou grupo responsável por esquema de telentrega de entorpecentes que funcionava em Sapucaia do Sul e Esteio
Entre os 22 presos durante operação de combate ao tráfico de drogas, deflagrada na manhã desta terça-feira (17), na Região Metropolitana, está um homem que usa cadeira de rodas, que era usado por criminosos para dificultar atuação da Polícia Civil. A ofensiva mirou grupo responsável por esquema de telentrega de entorpecentes que funcionava em Sapucaia do Sul e Esteio.
Segundo o titular da 1ª DP de Esteio, delegado Gabriel Lourenço, responsável pela operação, o cadeirante atuava no tráfico em Sapucaia do Sul, onde foi preso. A identidade dele não foi divulgada.
A investigação teve início em 2023, quando um homem de 23 anos apontado como líder do esquema foi preso, após fugir de uma abordagem policial. Ele respondia por homicídio doloso.
O crime aconteceu em Sapucaia do Sul em 2022. Durante as buscas pelo suspeito, no início do ano passado, ele fugiu e abandonou o veículo que dirigia a alguns quilômetros do ponto da abordagem. Ao revistar o carro, os policiais encontraram diversas porções de entorpecentes e materiais para embalar e distribuir drogas.
Quando ele foi preso, foram apreendidos uma pistola calibre. 9mm, 1kg de cocaína, além de diversos comprimidos de ecstasy. A partir daí, a polícia passou a investigar o esquema.
Intitulada El Presidente – mesmo nome da tele-entrega de drogas – a operação desta terça-feira ocorreu em Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas, Gravataí, Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Nova Santa Rita. Uma das lideranças do esquema foi preso em Tramandaí, no Litoral Norte. Ao todo, foram mobilizados cerca de 200 policiais civis.
Foram cumpridas 74 ordens judiciais, incluindo 52 mandados de busca e apreensão e 22 prisões preventivas. Dos 22 detidos, 19 foram presos preventivamente e três em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo.
Conforme o delegado, o grupo criminoso tem ligação com uma facção criminosa originária do Vale do Sinos, mas atuava de forma independente. A apuração aponta que o esquema movimentava variados tipos de entorpecentes, como maconha, haxixe, cocaína e ecstasy.
A polícia pediu a quebra de sigilo telefônico, telemático e bancário dos suspeitos de integrar o esquema para mapear de onde vinha e para onde iam as drogas e o caminho dos recursos provenientes das vendas dos entorpecentes.
Ao longo da investigação, a prisão de dois suspeitos na cidade de Amambaí, no Mato Grosso do Sul, enquanto transportavam meia tonelada de maconha para Esteio, também ajudou a polícia a identificar a rota da droga pelo país até chegar à Região Metropolitana de Porto Alegre. O delegado ressalta que o trabalho investigativo da polícia visou identificar a relação entre os investigados.
— Por fim, conseguimos comprovar o vínculo associativo entre os criminosos. O tráfico de drogas é um crime que assola a nossa sociedade e permeia diversos outros tipos de crimes. Ao combater o tráfico, estamos combatendo toda a criminalidade que se retroalimenta dele. Essa operação foi um duro golpe nesse grupo criminoso — sublinha o delegado Gabriel Lourenço.
Os presos foram conduzidos para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Esteio e, depois, serão transferidos para o Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) onde devem aguardar por audiência de custódia.
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