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18/12/2024 | 10:47 | Polícia

Investigação aponta que facção negociou contratos de R$ 40 milhões com prefeitura de Parobé

Operação cumpriu 41 mandados de busca e apreensão nesta manhã, inclusive na sede do Executivo municipal e na casa do prefeito Diego Picucha (PDT). Crimes investigados são corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro

Operação cumpriu 41 mandados de busca e apreensão nesta manhã, inclusive na sede do Executivo municipal e na casa do prefeito Diego Picucha (PDT). Crimes investigados são corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro
Operação reúne Ministério Público e Polícia Civil. Jonathan Heckler / Agencia RBS

Deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público (MP), na manhã desta quarta-feira (18), a Operação Confraria apurou que facção criminosa negociou apoio político em troca de contratos no valor de R$ 40 milhões com integrantes da prefeitura de Parobé, no Vale do Paranhana. Os crimes investigados são corrupção, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos 41 mandados de busca e apreensão nesta manhã, inclusive na sede do Executivo municipal e na casa do prefeito Diego Picucha (PDT).

A investigação apurou que um membro da facção — que atuava em cargo de comissão no alto escalão da prefeitura — estava ameaçando opositores ou quem criticasse a administração pública.

Ao todo, há 30 pessoas físicas e 12 jurídicas investigadas, entre membros da gestão municipal e da facção, originária do Vale do Sinos. 

Segundo a Polícia Civil, foram recolhidos 59 veículos avaliados, juntos, em R$ 6,4 milhões, além de 33 imóveis, avaliados em R$ 4,8 milhões.

As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). De acordo com a polícia e o MP, a operação foi desencadeada após suspeitas de infiltração de integrantes da facção criminosa em órgãos públicos do município em recompensa a possível apoio político durante período eleitoral.

Sobre o esquema

A apuração do MP e da Polícia Civil aponta ter recebido denúncias de que, desde 2020, agentes políticos receberam apoio de uma facção nas eleições municipais. Após vencer o pleito, passaram a fazer contratações com a prefeitura por meio de empresas de fachada. 

Os representantes eram “laranjas”, às vezes, apenas uma só pessoa em todo quadro funcional ou responsável sem conhecimento técnico para a função.

As contratações eram por meio de licitações suspeitas, por dispensa indevida de certames ou até direcionamento de contratações. 

Foram identificados pelo menos 39 contratos em valores que ultrapassam os R$ 40 milhões em quatro anos. Paralelo a isso, políticos passaram a receber propina e, desta forma, junto a familiares, a ocultar valores com a lavagem de capitais.

Os recursos públicos desviados eram lavados por meio da compra de imóveis, veículos de alto padrão e da constituição de novas empresas com capital ilícito. 

A investigação também aponta que empresas apresentaram endereços fictícios ou inexistentes, registrando sede em terrenos baldios ou endereços residenciais.

A operação

Pelo Ministério Público, a investigação é conduzida pela promotora de Justiça Letícia Elsner Pacheco, sob a coordenação do procurador de Justiça Fábio Costa Pereira, coordenador da Procuradoria da Função Penal Originária (PFPO).

Pela Polícia Civil, a apuração é conduzida pela diretora do  Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegada Vanessa Pitrez, pelo delegado Filipe Bringhenti, titular da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro, e pelo diretor da Divisão de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do Deic, delegado Cassiano Cabral.

Contraponto

A reportagem procurou o prefeito e a assessoria da prefeitura e aguarda manifestação.

Fonte: GZH
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